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Quedas do BCP e Sonae Capital pressionam PSI 20. Europa segue mista, com Itália a cair

“As bolsas europeias estão com ganhos ligeiros, depois de as eleições legislativas em Itália terem ditado o avanço dos partidos populistas”, indica Steven Santos.
  • Benoit Tessier / Reuters
5 Março 2018, 13h41

A bolsa portuguesa está segunda-feira, dia 5 de março, a negociar ‘flat’, a meio da sessão, enquanto as congéneres europeias se apresentam mistas. O principal índice português, PSI 20, perde ligeiramente 0,02%, para 5.366,87 pontos, pressionado pelas desvalorizações do BCP e da Sonae Capital.

A Sonae Capital lidera as perdas do PSI 20, ao cair 6,11% para 0,952. Steven Santos, gestor do BiG, explica que a cotada está ainda a reagir aos resultados comunicados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa apresentou prejuízos de 6,51 milhões de euros em 2017, que contrastam com os lucros de 17,6 milhões de euros obtidos no ano anterior, mas ainda assim a empresa vai distribuir dividendos de 15 milhões de euros aos acionistas.

“A queda da Sonae Capital reflete as dúvidas dos investidores face ao compromisso assumido pela empresa de pagar dividendos aos acionistas e as preocupações em relação à solidez da empresa para o fazer”, afirma Steven Santos.

A cair está também o BCP “devido à aversão aos ativos de risco” que se está a registar em toda a Europa. O banco liderado por Nuno Amado perde 2,18% para 0,305 euros. Em terreno negativo estão também a Galp Energia (0,51%), CTT (-1,45%), Novabase (0,34%) e a REN (0,65%).

Em sentido contrário, a Corticeira Amorim é a cotada que mais soma. A empresa presidida por António Rios de Amorim sobe 2,67% para 10,000 euros, impulsionada pelas taxas de câmbio. O euro cai 0,05%, para 1,232 dólares e a libra ganha 0,40% para 1,293 dólares.

A beneficiar também de uma conjuntura cambial favorável estão a Altri e a Navigator. A Altri ganha 1,80% para 4,530 euros e a Navigator avança 0,51% para 4,320 euros.

No setor do retalho, a Sonae ganha 0,70% para 1,149 euros e a Jerónimo Martins soma 1,48% para 15,390 euros. Entre as empresas de energia, a EDP valoriza 0,72% para 2,809 euros e a EDP Renováveis avança 0,92% para 7,150 euros.

A seguir a tendência de ganhos estão também a Pharol (1,33%), a NOS (0,87%), a Mota-Engil (1,86%) e a Ibersol (0,45%).

Nas restantes praças europeias o sentimento é misto. O alemão DAX soma 0,83%, o francês CAC 40 ganha 0,21%, o espanhol IBEX 35 sobe 0,33%, o holandês AEX valoriza 0,93% e o britânico FTSE 100 avança 0,19%. Em contraciclo, o italiano FTSE MIB deprecia 0,86%.

“As bolsas europeias estão com ganhos ligeiros, depois de as eleições legislativas em Itália terem ditado o avanço dos partidos populistas”, indica Steven Santos. O partido anti-sistema Movimento Cinco Estrelas conseguiu 32% dos votos e o partido anti-imigração e eurocético Liga do Norte aumentou significativamente a sua influência junto dos italianos. “Esta viragem para o eurocetismo é vista com preocupação em Itália e na Europa”, nota o gestor do BiG.

Steven Santos indica ainda que a aprovação do acordo para formar coligação com a chanceler alemã Angela Merkel, pelos sociais-democratas do SPD, veio suportar as bolsas europeias e impedir maiores perdas. O acordo marca o fim de cinco meses de impasse na Alemanha.

No mercado petrolífero, o Brent perde 0,06%, para 64,33 dólares por barril, e o crude WTI valoriza 0,15%, para 61,34 dólares.

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