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Ramalho Eanes avisa que partidos e sociedade “abrem portas à corrupção”

Segundo o conselheiro de Estado, primeiro Presidente da República eleito após o 25 de abril de 1974, essa é uma ameaça decorrente do fracasso da “capacidade de construção política e institucional da democracia”, o que “abre portas à demagogia e ao engano, à corrupção, ao justicialismo e ao populismo”.
  • Ramalho Eanes
26 Junho 2019, 07h49

O general Ramalho Eanes alertou, na conferência “Portugal: As Crises e o Futuro”, que teve lugar na SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social nesta segunda-feira, para a abertura de portas à corrupção devido à atuação de partidos que “funcionam como corporações de interesses”.

Segundo o conselheiro de Estado, primeiro Presidente da República eleito após o 25 de abril de 1974, essa é uma ameaça decorrente do fracasso da “capacidade de construção política e institucional da democracia”, o que “abre portas à demagogia e ao engano, à corrupção, ao justicialismo e ao populismo”.

“Creio que, infelizmente, é isso que ameaça acontecer na sociedade portuguesa, por culpa, obviamente, das formações políticas, seus governos e oposições, mas também da sociedade, que se ausenta do dever público, desde a indiferença do voto branco e nulo, ou deserta para a abstenção”, disse o militar que foi Chefe de Estado entre 1976 e 1986, ressalvando ainda assim que “não há, felizmente, em Portugal uma crise de regime ou de governos”.

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