Rússia detém antigo jornalista por acusações de traição

As autoridades russas prenderam, esta terça-feira, dia 7 de julho, um antigo jornalista que atualmente trabalhava como assessor do chefe da agência espacial russa. Em causa está uma acusação de traição estatal, segundo a Reuters.

O Serviço de Segurança (FSB) russo, citado pela agência de notícias russa RIA, referiu que Ivan Safronov trabalhava para o serviço de informação estrangeiro de um país não especificado da NATO e que estaria a fornecer informações militares confidenciais.

A RIA noticiou ainda não existir ligação entre as antigas funções de Ivan Safronov como jornalista, nos jornais russos “Kommersant” e “Vedomosti”, e a acusação de traição. Se for considerado culpado, Ivan Safronov poderá ter uma pena de prisão de 20 anos.

A agência de notícias russa TASS já tinha revelado, no ano passado, que havia a intenção do governo da Rússia querer mover uma ação legal contra o jornal “Kommersant” por divulgação de um segredo de estado não especificado.

Também no ano passado, o portal de notícias online russo Bell apontou que um artigo no qual Ivan Safronov tinha trabalhado desapareceu do site do “Kommersant”. O artigo, que permanece indisponível, revelou que o Egito tinha assinado um acordo com a Rússia para comprar mais de 20 aviões militares Sukhoi SU-35.

Após publicação do suposto acordo, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ameaçou o Egito com sanções se prosseguisse com esta aquisição.

Mais tarde, Ivan Safronov foi despedido e o antigo jornalista alega que foi forçado a deixar o “Kommersant”, depois de ter sido publicado um dos seus trabalhos onde sugeria uma possível mudança de cargo de Valentina Matviyenko, presidente da câmara alta da Assembleia Federal da Rússia.

Ivan Safronov, que entretanto se juntou em maio à agência Espacial Federal Russa, Roscosmos, como consultor de media, deve comparecer em tribunal ainda esta terça-feira, dia 7 de julho.