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Secretário-geral da NATO diz que Portugal tem margem para aumentar gastos com a Defesa

Jens Stoltenberg quer que Portugal, assim como os restantes membros do grupo, aumentem os gastos com a NATO. A meta são os 2% do PIB.
13 Fevereiro 2018, 13h01

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu esta terça-feira que Portugal deve aproveitar o crescimento económico para gastar mais em Defesa e mostrou-se confiante de que todos os aliados possam atingir os 2% de investimento até 2024. “Portugal começou a aumentar o orçamento da Defesa e vemos que, com o crescimento económico que está a registar, há mais margem para o aumento dos gastos em Defesa”, disse, citado pela agência Lusa, defendendo ainda que os Aliados têm de investir mais e melhor neste setor.

O secretário-geral da NATO recordou que cada país apresentou um plano para atingir o compromisso estabelecido em 2014, quando, na cimeira da Aliança Atlântica, realizada no País de Gales, os aliados se comprometeram a, no espaço de 10 anos (até 2024), destinar 2% do Produto Interno Bruto a despesas militares. Atualmente, Portugal canaliza 1,32% do PIB para este setor.

Jens Stoltenberg congratulou-se ainda pelo crescimento de 5% alcançado em 2017 no investimento dos aliados na organização, lembrando que o reforço é “muito maior” do que se poderia pensar em 2014. “Depois de anos de queda, desde 2014 que assistimos ao crescimento no investimento em Defesa por toda a Europa. Os planos nacionais demonstram que podemos esperar um crescimento ainda maior”.

Questionado sobre se o reforço do investimento em Defesa da União Europeia, nomeadamente através do Fundo Europeu de Defesa e da PESCO (Cooperação Estruturada Permanente nas áreas da defesa e segurança na Europa), pode levar a entidade comunitária a competir com a NATO, Stoltenberg disse que “os esforços da UE na Defesa vão ser complementares à NATO”.

O secretário-geral, que falava na antevisão da reunião de ministros da Defesa da Aliança Atlântica, que vai decorrer quarta e quinta-feira, em Bruxelas, recordou que “mais de 90% das pessoas que vivem na UE fazem parte da NATO”.

“Os nossos Aliados estão cientes que a sua defesa depende da NATO, sobretudo depois do ‘Brexit’. 80% das nossas forças militares depois da saída do Reino Unido [da UE] virá de países não comunitários. Não há forma de a UE substituir a NATO, mas o maior investimento na defesa vai fortalecer o pilar da defesa da Europa. Os nossos aliados asseguraram-nos que não querem duplicar a NATO. Isto foi-nos reiterado pela UE, nas várias conversas que tivemos”, sublinhou.

Entretanto, a embaixadora dos Estados Unidos junto da NATO disse, em Washington, que a Aliança Atlântica está “muito preocupada” com o comportamento belicoso da Rússia, sobretudo com a ocupação da Crimeia, a falta de cooperação e o desrespeito por tratados sobre mísseis.

“Estamos todos preocupados com as atividades da Rússia”, disse a embaixadora Kay Bailey Hutchison, um dia antes do arranque da reunião ministerial da NATO em Bruxelas.

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