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“Sobretudo nos serviços, 2020 até foi um bom ano na captação de clientes”, afirma presidente da AICEP

Ressalvando que as dificuldades ao nível da indústria dificultaram a contratualização de projetos industriais, Luís Castro Henriques defendeu que o investimento captado ao nível dos serviços deve ser medido em postos de trabalho e relembrou que os 30 novos clientes da AICEP em 2020 ficam perto do recorde absoluto.
  • Joaquim Morgado/ICPT
23 Junho 2021, 08h05

Apesar dos desafios que a Covid-19 colocou ao comércio internacional no ano passado, Portugal conseguiu registar um ano positivo no que toca à captação de novos projetos de investimento direto estrangeiro, defende o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), que fundamenta a sua análise com os 30 clientes angariado pela agência em 2020, perto do recorde estabelecido no ano anterior.

“Numa ótica de captação de clientes, […] e sobretudo nos serviços, mas também com alguma captação de [investimento em] indústria, 2020 até foi, se formos ver, um ano bom na captação de novos clientes”, afirmou Castro Henriques esta terça-feira, relembrando as dificuldades no sector industrial “porque implica visitas a localizações e cadeias logísticas que, algumas delas, entraram em absoluta disrupção entre abril e junho”.

Os 30 projetos de raiz atraídos para Portugal em 2020 ficam pouco abaixo dos 33 registados em 2019, quando este indicador atingiu o seu máximo.

O presidente da agência aproveitou a apresentação do Plano Estratégico para o triénio de 2020-2022 para sublinhar que, apesar dos assumidamente “maus” resultados no que toca à contratualização de projetos industriais, o sector dos serviços continuou a crescer num ano de “epifenómeno” e em que “a queda do investimento direto estrangeiro (IDE) é muito significativa, mas não é representativa da tendência” que se verificava nos anos anteriores.

Ainda assim, importa distinguir entre a angariação e contratualização de novos projetos, ressalva Castro Henriques.

“Damos sempre dois dados: os novos clientes atraídos, que foram, como disse, 30 novos projetos de raiz; e damos também dados de contratualização, porque isso são os contratos efetivos que as empresas assinam e se comprometem a 10 anos em Portugal”, esclareceu, referindo posteriormente que, “dos 30, menos de 10 estão na tabela de contratualização”.

“Falamos de cerca de 300 milhões de euros contratualizados, o que é obviamente mau, daí eu dizer que o fundamental foi manter os projetos industriais vivos e reformulados”, reforçou Castro Henriques, sem, no entanto, deixar de destacar a importância da captação de investimento em serviços no país. Assim, a medida mais apropriada para o impacto destes projetos deve ser a criação de emprego, argumentou, sendo que os clientes da AICEP em questão criaram mais de dois mil postos de trabalho em 2020.

A AICEP apresentou esta terça-feira o seu Plano Estratégico para 2020-2022, que inclui a abertura de uma nova delegação de raiz em Chicago, Illinois, nos EUA, e duas delegações subordinadas à já existente em Estocolmo, uma na Finlândia e a outra na Noruega. Simultaneamente, a estratégia da agência incluirá a atualização do projeto de estágios internacionais INOV Contacto e um foco na capacitação do tecido exportador para a digitalização.

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