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Sumol+Compal perdeu 10,3% nas vendas para Angola

Subsidiária da Sumol+Compal em Angola “só manterá e desejavelmente aumentará o seu volume de negócios se conseguir obter divisas para pagar os fornecimentos de matérias primas, materiais de embalagem, equipamentos ou serviços que são críticos para o funcionamento da empresa e que não estão disponíveis localmente”.
20 Abril 2018, 18h04

Os resultados consolidados do exercício de 2017 da Sumol+Compal registaram um volume de negócios de 356,1 milhões de euros, o que representou um crescimento de 0,1% face ao exercício precedente

Segundo o comunicado da empresa produtora e distribuidora de bebidas não alcoólicas, as vendas em Portugal em 2017 cresceram 2,3%, para os 251,7 milhões de euros

“As vendas totais da empresa líder no mercado de bebidas não alcoólicas em Portugal atingiram, em 2017, um total de 347,7 milhões de euros, com as vendas em Portugal a crescerem 2,3% para os 251,7 milhões de euros, o que constitui um novo máximo histórico da empresa”, garante um comunicado da empresa.

O mesmo documento sublinha que, “nos mercados internacionais, as vendas da empresa atingiram um total de 96 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 4,2% face ao obtido no ano anterior”.

A administração da Sumol+Compal justificada esta variação pela ‘performance’ no mercado angolano. “onde as vendas líquidas registaram um decréscimo de 10,3%, para os 60,6 milhões de euros”.

Em Moçambique, a atividade da Sumol+Compal cresceu 27,6%. para 5,7 milhões de euros.

“Este crescimento foi alicerçado no desenvolvimento expressivo da marca COMPAL, quer em Moçambique, quer na exportação para mercados adjacentes, designadamente para a África do Sul”, explica o comunicado da empresa.

De acordo com esse documento, a unidade de mercado de exportação da Sumol+Compal apresentou um volume de negócios de 28,3 milhões de euros, o que representa um crescimento de 5,2% face ao ano anterior.

“Este crescimento foi suportado pela excelente ‘performance’ das vendas nos mercados europeus, que cresceram em valor 8,3%, respetivamente”, assegura a empresa.

As vendas realizadas pela Sumol+Compal nos mercados internacionais no ano passado representaram 27,6% das vendas totais, “tendo a empresa feito vendas em mais de setenta países”.

Por seu turno, os lucros líquidos da Sumol+Compal no ano passado atingiram os 9,2 milhões de euros, o que traduz um recuo de 12,4% face aos 10,5 milhões de euros do período homólogo.

Este decréscimo em relação ao ano anterior tem incorporado o impacto de 0,3 milhões de euros resultante da aplicação, no exercício de 2017, do IAS 29 “que considera a economia angolana como hiperinflacionária”.

Para Duarte Pinto, CEO da empresa, “a SUMOL+COMPAL registou um desempenho positivo no exercício de 2017, apesar de algumas condicionantes nos mercados, como foi o impacto do Imposto Especial de Consumo às bebidas adicionadas de açúcar, havendo a destacar os comportamentos positivos tanto da atividade nacional, como na generalidade dos mercados externos em que estamos presentes”.

Em 2017, a margem bruta da Sumol+Compal decresceu 1,4% para 205 milhões de euros e correspondeu a 57,6% do volume de negócios.

A rubrica de fornecimentos e serviços externos teve um acréscimo de 2,7%, para os 110,4 milhões de euros.

Os gastos com o pessoal ascenderam a 42,8 milhões de euros, verba que, em relação a 2016, incorpora um acréscimo de 1,5%.

“Em consequência das evoluções atrás descritas, os resultados operacionais (EBIT) decresceram 13,7% para os 31,1 milhões de euros”, adianta o referido comunicado da Sumol+Compal.

O ‘cash-flow’ operacional (EBITDA) da empresa atingiu 48,3 milhões de euros, valor que representa um decréscimo de 7,4% quando comparado com o conseguido em 2016 (52,1 milhões de euros) e que corresponde a 13,6% do volume de negócios.

A administração da Sumol+Compal adianta que o investimento em ativos tangíveis ascendeu a 9,5 milhões de euros.

“A maioria realizou-se em Portugal, podendo ser caracterizado maioritariamente como investimento de substituição. O investimento em ativos intangíveis ascendeu a 4,5 milhões de euros, montante que corresponde a direitos contratuais celebrados com vista à fidelização de clientes”, revela o referido comunicado.

A dívida remunerada líquida da Sumol+Compal situou-se nos 225,5 milhões de euros no fecho do exercício, correspondendo a 4,7 vezes o ‘cash-flow’ operacional (EBITDA), face aos 229,1 milhões de euros em 2016.

Em termos de perespoectivas para o exercício de 2018, “no atual contexto de mercado há dois fatores que, no curto e médio prazo, condicionarão bastante o desenvolvimento do negócio: o primeiro tem a ver com razões fiscais, designadamente um aumento injusto e injustificado da carga fiscal imposta às bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes, que compõem o portefólio de produtos da Sumol+Compal, podendo levar a uma alteração de hábitos de consumo”.

“O segundo fator é o desenvolvimento da atividade da Sumol+Compal em Angola. Não obstante a Sumol+Compal Angola beneficiar de vários pontos fortes (notoriedade e preferência pelas marcas Compal e Sumol, produção e parcerias locais e grande experiência e o conhecimento da realidade angolana), a manutenção e crescimento do seu nível de atividade depende da evolução económico-financeira do país, em particular, da disponibilidade de divisas” sublinha o referido comunicado.

Segundo a administração da Sumol+Compal, isto quer dizer que a subsidiária em Angola “só manterá e desejavelmente aumentará o seu volume de negócios se conseguir obter divisas para pagar os fornecimentos de matérias primas, materiais de embalagem, equipamentos ou serviços que são críticos para o funcionamento da empresa e que não estão disponíveis localmente”.

 

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