[weglot_switcher]

Turismo cai 98% em maio e acumula perdas de 320 mil milhões de dólares este ano

É um dos setores mais afetados pela pandemia e tem experienciado quedas históricas. As perdas da indústria este ano já atingiram o triplo das verificadas na última crise financeira global, em 2009. “Estes dados evidenciam a importância de recomeçar o turismo seguro tão cedo quanto possível”, afirma Zurab Pololikashvili, o secretário-geral da OMT.
  • David W Cerny/Reuters
28 Julho 2020, 16h56

O barómetro da Organização Mundial de Turismo (OMT), a agência das Nações Unidas para o setor, mostra o “enorme impacto” da Covid-19 nas viagens internacionais, que já atingiu, até maio, o triplo do custo nesta indústria que se verificou em 2009, fruto da crise financeira global.

Os dados mostram uma queda de 98% no número de turistas internacionais em maio, quando comparado com o mesmo período de 2019. Além disso, as chegadas de turistas internacionais também caíram 56% desde janeiro até maio deste ano, o que representa menos 300 milhões de turistas e 273 mil milhões de euros em perdas na receita turística global, três vezes mais o verificado em 2009.

“Estes dados evidenciam a importância de recomeçar o turismo seguro tão cedo quanto possível”, afirma Zurab Pololikashvili, o secretário-geral da agência. “A queda dramática do turismo internacional coloca em perigo a subsistência de milhões de vidas, incluindo em países em desenvolvimento. Os governos em todas as regiões do mundo têm uma dupla responsabilidade: priorizar a saúde pública, enquanto protegem trabalhos e empresas”, acrescentou.

Apesar dos indicadores que apontam para uma ligeira alteração nesta tendência, especialmente no hemisfério norte e com foco na União Europeia e na reabertura do espaço Schengen, o Índice de Confiança da Organização Mundial do Turismo está em níveis historicamente baixos. A expectativa generalizada do painel é que o setor retome na segunda metade do próximo ano, com menos especialistas a acreditar numa retoma já no início de 2021.

“[Os governos] devem manter o espírito de cooperação e solidariedade que tem definido a nossa resposta a este desafio coletivo, abstendo-se de tomar decisões unilaterais que poderão minar a confiança que temos vindo a trabalhar tão arduamente para construir”, apelou Pololikashvili. Os especialistas consultados neste barómetro indicam vários riscos à retoma, como as restrições a viagens ainda em vigor em vários países, mercados emissores como os EUA ou a China entrarem em estagnação ou o ressurgimento de vagas de infecção pelo vírus, que forçariam novos confinamentos.

Portugal é uma das economias mundiais mais dependentes do turismo, com a estimativa de um contributo de 14,6% para o PIB registado em 2018, segundo dados do INE.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.