A União Europeia prevê que as exportações líquidas de azeite português possam crescer a um ritmo anual de 9%, nos próximos 10 anos, muito apoiadas nas vendas para o mercado brasileiro, melhorando a posição relativa do país no mercado internacional.
No “Outlook Agrícola da UE para Mercados, Rendimento e Ambiente 2021-2031”, a Comissão Europeia refere que espera um aumento anual da produção de azeitona em Portugal, Itália e Espanha, no período em análise, a uma taxa entre 2,5% e 5%, não só através de ganhos de produtividade, mas também da área de cultivo.
A Grécia, outro produtor relevante, pelo contrário, deverá registar uma quebra.
Os autores do documento notam que, no quadro da pandemia de Covid-19, o sector foi afetado por falta de mão-de-obra, “especialmente nos sistemas menos mecanizados”, e avisam que, olhando para a frente, doenças como a Xylella Fastidiosa e eventos climáticos extremos constituem riscos para as projeções feitas.
Cumprindo-se os cenários previstos, “em 2031, Portugal e Espanha deverão melhorar a
posição líquida como exportadores (face à média do período 2016-2020)”.
A Comissão Europeia prevê que as exportações líquidas de Portugal cresçam a um ritmo médio anual de 9%, triplicando o passo de expansão projetado para Espanha.
Entre os exportadores de azeite, a Grécia deverá manter a posição relativa, enquanto Itália verá reduzida a sua dependência de azeite do estrangeiro, “devido ao aumento de sua produção em quase 3%, em 2031, em comparação com o período de referência 2016-2020”.
As exportações de azeite de mesa deverão crescer a um ritmo entre 1% e 2%.
O documento refere diretamente Portugal, apontando que, “olhando para o período 2006-2031, observa-se uma mudança estrutural na posição comercial líquida de Portugal, que passou de ser um importador líquido [de azeite] para ter uma posição exportadora líquida, que provavelmente se manterá nos próximos anos, sustentada pela procura no Brasil”.
O relatório aponta que as exportações portuguesas para o Brasil, tal como as de Espanha, têm mostrado “potencial de crescimento”.
Aponta, também, que a procura emergente na região da Ásia-Pacífico será um dos catalisadores do crescimento das exportações, que não deverão ser afetadas pela concorrência criada pela recente expansão dos olivais no hemisfério sul.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com