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Vice-presidente do BCE diz que ‘coronabonds’ não são o único instrumento para responder à crise

Luis de Guindos diz que a emissão de dívida comum europeia não é nem a única, nem a mais poderosa ferramenta para enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus na zona euro, salientando o papel do Banco Central Europeu.
30 Março 2020, 10h00

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, defendeu esta segunda-feira que a emissão de coronabonds não é o único instrumento para enfrentar o impacto económico do novo coronavírus na zona euro.

“Não é nem o único instrumento de defesa, nem certamente o mais poderoso”, disse De Guindos, esta segunda-feira, à radio Cadena Cope, citado pela agência Reuters, em referência à emissão de dívida comum.

“O mais poderoso é sem dúvida o Banco Central Europeu”, defendeu o antigo ministro da Economia de Espanha entre 2011 e 2018.

De Guindos junta-se assim ao debate que está a dividir os países europeus sobre a resposta à epidemia da Covid-19. Os países do Sul, entre os quais Portugal, têm defendido a emissão de dívida comum, mas a proposta têm tido resistência de países como a Holanda e a Alemanha, bem como de alguns dirigentes das instituições europeias.

O primeiro-ministro português, António Costa, escreveu uma carta e oito outros líderes europeus subscrevem uma carta dirigida ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a reclamar a implementação de um instrumento europeu comum de emissão de dívida, antes do Conselho Europeu na semana passada. No entanto, as negociações não tiveram qualquer avanço neste sentido.

Também o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, voltou defender a emissão de ‘corobonds’ ao abrigo do Mecanismo Europeu de Estabilidade. Depois de ter defendido a opção, num artigo publicado no Jornal Económico, e numa entrevista ao “Expresso”, salienta que os recursos angariados pela dívida comunitária deveriam ser canalizados diretamente para os cofres dos Estados-membros  e reembolsáveis através do orçamento comunitário no longo-prazo, a 50 anos.

Já Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse que a emissão de ‘coronabonds’ não se insere no plano da Comissão, além de ter chamado a atenção para a existência de “limites jurídicos” à emissão de dívida comunitária para responder aos impactos económicos do novo coronavírus, segundo a agência Lusa.

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