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Convenção do Chega: “Discurso do partido vai aproximar-se do PSD”

Nesta convenção é esperado que o Chega se apresente com um discurso mais moderado, de modo a conquistar outro tipo de eleitorado.
12 Janeiro 2024, 16h10

A convenção do Chega está aí à porta e os politólogos contactados pelo Jornal Económico consideram que o discurso do líder do partido vai aproximar-se do PSD, de forma a apresentar-se como um partido moderado.

Segundo a especialista Patrícia Calca, nesta convenção “vamos ver mais André Ventura porque esta tem sido a estratégia”. “Não tem havido outros membros do partido que se têm destacado. Ele vai continuar a referir os pontos da agenda deles”, frisou.

A politóloga apontou que no Chega “têm procurado não ser tão extremados em certos aspectos portanto devem aproximar-se mais do PSD”.

Em linha com Patrícia Calca, o especialista José Palmeira concorda que o discurso do Chega vai aproximar-se ao do PSD. “O Chega já não tem necessidade de se dirigir para aqueles que estão descontentes com tudo e com todos porque essas pessoas que estão descontentes com o sistema o Chega conquistou”, vincou o politólogo.

“O Chega, para crescer, tem de conquistar outro tipo de eleitorado, um eleitorado que gosta de algo mais construtivo, um eleitorado mais moderado”, afirmou José Palmeira.

Quanto à transferência de deputados do PSD para o Chega, Patrícia Calca disse que “sabemos que há algumas ligações do PSD ao Chega”. “Até mesmo André Ventura veio do PSD”, recordou.

“Penso que não há grandes surpresas, penso que é natural dado o estado do Chega que não tem quadros, porque roda essencialmente em torno do grande líder”, frisou a especialista, apontando que tudo se resume aos “cálculos estratégicos dos políticos”. “Neste momento os resultados do Chega nas sondagens são bastante positivos”.

Por sua vez, José Palmeira sublinhou que, a confirmar-se, as transferências de partido poderão decorrer do facto que atualmente “o PSD não tem uma imagem de grande pujança eleitoral”.

“O indicador que temos são as sondagens, que indicam que o PSD está mais ou menos estagnado, e que o Chega, por seu turno, está em crescimento”, destacou o politólogo.

José Palmeira acrescentou ainda que a mudança em tudo depende dos “deputados com aspirações a permanecer no Parlamento e vejam no Chega essa possibilidade”.

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