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Massacre no Sudão. ONU denuncia agressões sexuais e violência contra civis

Para tentar abafar o assunto o Governo sudanês desligou a Internet de todo o país. Forças do Conselho Militar do Sudão mataram mais de 100 pessoas, violaram 70 e feriram ainda mais de 500 pessoas.
15 Junho 2019, 13h41

A ONU divulgou informações que apontavam para “sérios abusos do Exército e milícias que incluiriam violações individuais e coletivas de manifestantes, ativistas de direitos humanos e funcionários de hospitais em Cartum, onde os feridos foram tratados.

“Exijo a cessação imediata e completa de toda a violência contra civis, incluindo a violência sexual”, afirmou, em comunicado, o enviado especial da ONU para Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten.

O diplomata lembrou que as Forças de Suporte Rápidas do Sudão já foram apontadas pela ONU no passado em casos de violência sexual e insistiu que aquele órgão deve tomar medidas efetivas para prevenir e punir esse tipo de comportamento.

Para tentar abafar o assunto o Governo sudanês desligou a Internet de todo o país durante pelo menos uma semana, de acordo com o Financial Times. Mas já se sabe que forças do Conselho Militar do Sudão mataram mais de 100 pessoas, violaram também outras 70 e feriram ainda mais de 500 pessoas.

O secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, também pediu uma “investigação rápida de todas as alegações de violência sexual” e destacou que os responsáveis devem ser responsabilizados.

Para isso, encarregou uma equipa para investigar os casos relatados e apelou ao Presidente do país para deixar entrar a ONU.

As Nações Unidas condenaram a repressão violenta realizada este mês pelo Exército sudanês, que começou com o reprimir uma grande manifestação, em Cartum, para apelar a uma transição para um Governo civil.

O país africano iniciou uma transição em abril, com o derrube do comando do Exército controlado pelo Presidente Omar al Bashir, após meses de protestos de rua devido à situação económica precária, à inflação e à escassez de mercadorias.

Até a eclosão da violência, as negociações entre o Conselho Militar de Transição e a coligação de oposição para estabelecer um Governo de transição progrediram muito lentamente e foram paralisadas pelos recentes acontecimentos.

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