O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) alerta que o período de retoma à economia será o “mais desafiador” até agora, uma vez que as empresas e os trabalhadores irão deparar-se com novos desafios relativamente à tesouraria.
Durante a sua intervenção inicial na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, esta terça-feira, Pedro Costa Ferreira argumentou que a entrada e saída de novos custos fixos, as receitas, —” que serão graduais” —, a vendas — “que não terão impacto na tesouraria”— e os processos de compra neste processo de retoma — que “serão acompanhados de sistemas de pronto a pagamento” —, vão constituir as principais dificuldades durante este período.
“É no momento da retoma que vamos precisar de mais tesouraria, o momento é muito desafiador”, frisou.
Fazendo uma avaliação sobre os apoios sociais disponibilizados desde o inicio da pandemia, o responsável considerou que os sistemas de apoios “foram fundamentais para sobrevivência das empresas, para a manutenção do emprego e para a gestão dos custos por parte da segurança social do fundo de desemprego”. No entanto, “foram insuficientes”.
Durante a sua intervenção, o o presidente da associação de agência de viagens referiu que os processos administrativos para aceder aos apoios são “exigentes e complexos” e que “afastam os mais frágeis e menos preparados”, sem esquecer o longo período de espera “entre o anúncio das medidas, a produção de legislação, a clarificação da mesma, a adesão às medidas e finalmente a entrada do dinheiro”, exemplificando que, nomeadamente ao Apoiar às Rendas, “estaremos a falar desta medida a 90 dias e ainda não houve um valor que tenha entrado numa única empresa”.
Para o futuro, o responsável deixa três pontos que devem ser reavaliados: o prolongamento dos microcrédito do Turismo de Portugal até ao final do ano. Quanto ao Apoiar.pt, o responsável sugere que deve ser definido uma tranche da retoma e o Apoiar.rendas deve ser prolongado durante o segundo semestre deste ano.
Por fim, pediu melhorias quanto às medidas de recapitalização das empresas, um plano que tem sido trabalhado pela tutela “há muitos meses” e que ainda não foi apresentado. “Temos muitas duvidas sobre a capacidade de adesão das empresas mais pequenas a este sistema”, acrescenta.
Quanto à organização da atividade económica e mobilidade das pessoas, que considera ser “tão ao mais importando do que os apoios”, Pedro Costa Ferreira diz “que se não conseguirmos voltar à vida, os apoios serviram apenas para entrar num saco roto”.
Nesta matéria, registou “três pecados capitais”: uma produção legislativa “que originou confusão”, “o tempo excessivo” entre as conferências de imprensa onde são anunciadas as medidas e a sua efectividade jurídica, e a necessidade de clarificação justo das tutelas da legislação.
“Isto tem sido recorrente”, sublinhou.
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