[weglot_switcher]

Angola e Cabo Verde lançam ofensiva renovável

Os dois países lusófonos querem construir 750MW de potência renovável nos próximos anos. Empresas portuguesas já demonstraram interesse em participar nos projetos.
7 Julho 2019, 12h00

Angola e Cabo Verde vão lançar uma grande ofensiva de eletricidade verde nos próximos anos. Atentos à temática da sustentabilidade, os governos de Luanda e da Praia querem construir um total de 750 megawatts (MW) de potência renovável.
A maior fatia desta ofensiva cabe a Angola que pretende construir 500 MW em energia renovável, conforme revelou o secretário de Estado da Energia angolano.
“Temos 500 megawatts disponíveis para investimento privado. Achamos que com esses investimentos podemos acelerar a eletrificação do pais e fazer chegar à população melhores condições de vida”, disse António Belsa da Costa.
“Isto é direcionado para energias renováveis: eólica, solar, biomassa. Este concurso está em vias de ser lançado. Mas já temos muitos parceiros internacionais com interesse em apostar e em investir: americanos e europeus, incluindo portugueses”, afirmou o governante em declarações aos jornalistas à margem do Fórum de Energia de África, que decorreu em junho em Lisboa.
“Em termos de eletrificação do país, o nosso objetivo é chegarmos a 50% da população em 2022; estamos em 42%-45%. Para tal, temos de fazer um milhão de ligações aos domicílios; por ano vamos fazer 200 mil ligações”, anunciou.
O governante garantiu que o Governo angolano vai “trabalhar no sentido de poder cumprir esses prazos. Óxala os recursos financeiros não nos falhem, acreditamos que não e que vamos chegar aos 50% da população” com acesso à rede de eletricidade.
O secretário de Estado da Energia de Angola também adiantou que existe um projeto de “converter algumas turbinas a gasóleo para gás”.
“Temos o projeto “gas to power” do ministério da Energia e do ministério dos Recurso Minerais e do Petróleo que envolve a Prodel, empresa pública de produção, e a Sonangol [petrolífera], no sentido de fazer essa conversão, de passar essas maquinas para o gás”, explicou António Belsa da Costa.

Cabo Verde mais renovável
Cabo Verde é o outro país lusófono africano que está a apostar em força na eletricidade renovável. O Governo da Praia quer construir 250 megawatts de potência renovável nos próximos anos.
“Estamos a preparar investimentos privados para aumentar a capacidade de produção, mas também a preparar investimentos em infraestrutura estratégica para melhorar a qualidade ao nível das redes e permitir que haja mais penetração de energias renováveis”, disse o ministro da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde, Alexandre Monteiro.

Até 2030, o Governo da Praia quer instalar 250 megawatts de potência: 160 MW de energia solar fotovoltaica e 90 MW de energia eólica.
O país tem 20% da sua produção de eletricidade a partir de fontes renováveis atualmente. Até 2030, o objetivo é atingir os 50% em 2030.
“A cobertura de acesso de energia atinge cerca de 95% da população a nossa meta é quase 100% em 2020”, declarou o ministro.
Alexandre Monteiro referiu que já há empresas portuguesas a construirem projetos renováveis em Cabo Verde.

Recentemente “foi assinado um acordo de instalação de uma central solar de 10 megawatts na ilha de Santiago. Foi uma empresa portuguesa que ganhou o concurso: a Tâmega Cabo Verde”. O objetivo é inaugurar a central até outubro de 2020.
“Vamos atingir os 250 megawatts utilizando a forma de contratação de mais potencia. As empresas portuguesas têm participado e acompanhado de perto”, revelou Alexandre Monteiro.

“Atendendo ao crescimento do país e do turismo, prevemos que nos próximos 10 anos o volume de energia duplique” em termos de produção, destacou o ministro.
“Esta é uma oportunidade, é um processo que está aberto a investimento privado, temos um processo simples. Começamos este ano, e depois continuamos a anunciar as nossas necessidades. Depois, estabelece-se um prazo para manifestação de interesse e depois os interessados qualificados recebem o dossier para apresentar propostas”, explicou Alexandre Monteiro.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.