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Aposta em novas tecnologias gera milhões no setor automóvel

Bosch e Aliança Renault-Nissan são os exemplos mais recentes de empresas que esperam colher grandes benefícios da sua aposta nas novas tecnologias ao serviço do setor automóvel. Conectividade e condução autónoma estarão no topo das listas de ambas e deverão valer cerca de 12 mil milhões de euros.
16 Setembro 2017, 17h30

Dias depois de a BMW ter anunciado que pretende reduzir em cerca de dois mil milhões de euros a sua fatura anual de compra de componentes através da aposta na eletrificação dos seus modelos, agora é a vez de a Bosch anunciar esperar cerca de dois mil milhões de euros em vendas de produtos de condução autónoma. Ao mesmo tempo, a aliança Renault-Nissan revela o seu novo plano para 2022, que utilizará as sinergias geradas pelas duas empresas e pela recém-adquirida Nissan para conseguir uma poupança de 10 mil milhões de euros, além de alavancar o seu volume de negócio até aos 200 mil milhões de dólares.

Os vários anúncios mostram duas coisas. Por um lado, uma clara perceção por parte dos construtores de que as novas tecnologias são algo a que não poderão fugir e de é importante estar na liderança da mudança de paradigma, sob pena de “perder o comboio” – seja ele o da eletrificação, o da autonomia ou o da conectividade. Por outro lado, revela que tanto os construtores como os fornecedores de componentes reconhecem o leque de oportunidades de negócio (e lucro) geradas pela alteração do paradigma da mobilidade que atualmente se vive.

Ligação lucrativa
De facto, até ao final do ano, as vendas de produtos no setor das soluções de mobilidade deverão aumentar cerca de 7%, para um total de 47 mil milhões de euros, um valor que contrasta com a produção global de veículos, que se espera não ultrapasse os 2,8% de crescimento. Entre estes, o que mais cresce é o dos sistemas de assistência ao condutor, que na Bosch valerá, em 2019, dois mil milhões de euros em vendas. Por isso a empresa aposta em novas soluções de mobilidade, que entre elas a condução autónoma, que a marca estima valha tanto quanto os sistemas de apoio à condução.

Tal como a condução autónoma, a conectividade é uma grande aposta do setor, estimando a PriceWaterhouseCooper que o mercado de mobilidade conectada irá crescer quase 25% ao ano durante os próximos cinco anos, o que se traduzirá num aumento das vendas globais, de 47 para 140 mil milhões de euros. Além da Bosch, a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi também quer apanhar esta onda de tecnologia.

Exemplo disso é o anúncio da criação de novas plataformas de mobilidade conectada, que a Aliança quer colocar no mercado já em 2018. Entre estas estará um sistema sistema comum de infoentretenimento e conectividade; assim como uma plataforma Cloud destinada a potenciar as capacidades de condução autónoma, os serviços de veículos robotizados e os veículos de distribuição autónomos.

Mas é na condução autónoma que a Aliança aposta forte, com o objetivo de lançar, nos próximos cinco anos, 40 modelos com diferentes níveis de tecnologia de condução autónoma. Além disso, e emparceira com a DeNA (Japão) e a Transdev (França), estão em curso ensaios com veículos robotizados, que abrirão novas portas na mobilidade, querendo a aliança agarrar as oportunidades nas áreas da mobilidade “à medida” e da partilha de automóveis (carsharing).

É através desta aposta, alavancada pelas sinergias que conseguirá juntando os esforços de três grandes construtores mundiais, que a Aliança espera conseguir uma poupança anual de 10 mil milhões de euros, ao mesmo tempo que aumenta as suas vendas para os 14 milhões de automóveis ´no prazo de cinco anos.

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