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Auditoria ao Novo Banco vai incluir venda de pacotes de crédito a fundos

Em causa estão decisões de crédito tomadas por Ricardo Salgado no Banco Espírito Santo, por Vítor Bento no período de transição ou por Stock da Cunha logo a seguir à resolução, por exemplo.
  • Rafael Marchante/Reuters
13 Novembro 2019, 08h23

O Governo solicitou à consultora Deloitte uma auditoria para avaliar todos os atos de gestão que levaram às injeções do Fundo do Resolução no Novo Banco, que já estão perto dos três mil milhões de euros, revela o “Público” na edição desta quarta-feira.

A auditoria em questão vai incluir as recentes “chamadas de capital” da instituição bancária liderada por António Ramalho, bem como venda de pacotes de crédito a fundos ou decisões de investimento, segundo confirmou o Ministério das Finanças ao mesmo jornal.

“O âmbito da auditoria especial (…) abrange operações de crédito, incluindo concessão, garantias, reestruturação ou perdão de dívida, dações em cumprimento ou execução de garantias, vendas de carteiras de crédito ou transferência para fundos de reestruturação, decisões de investimento, expansão ou desinvestimento realizadas em Portugal ou no estrangeiro e decisões de aquisição e alienação de ativos”, explicou fonte oficial do gabinete de Mário Centeno.

Em causa estão decisões de crédito tomadas por Ricardo Salgado no Banco Espírito Santo, por Vítor Bento no período de transição ou por Stock da Cunha logo a seguir à resolução, por exemplo.

Tal como noticiou recentemente o Jornal Económico, o Novo Banco prepara-se para pedir ao Fundo de Resolução um valor superior à necessidade inscrita pelo Governo no Programa de Estabilidade 2019-2023 que totaliza os 600 milhões de euros de empréstimo no próximo ano. O montante de compensação de capital estimado nas contas do terceiro trimestre do Novo Banco supera já 640 milhões de euros e que a nova chamada de capital deve ser superior a 700 milhões de euros.

Em reação a esta notícia, o Bloco de Esquerda veio a público defender que o Governo não deve autorizar mais pagamentos ao Novo Banco.

“O mínimo dos mínimos é o Governo não autorizar mais pagamentos ao Novo Banco sem saber exatamente como estão as coisas e sem nomear administrador público”, afirmou Catarina Martins no fim de semana.

“O Estado tem de ter administrador. Não só para saber o que se passa, mas para poder responder a todo o país. Todo o país tem perguntas para fazer sobre o que se está a passar no Novo Banco e tem direito às respostas”, disse a coordenadora do Bloco de Esquerda.

Novo Banco vai pedir mais 700 milhões de euros ao Fundo de Resolução

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