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CDS-PP questiona Governo sobre atrasos na “retoma plena” da atividade dos cuidados de saúde

Os democratas-cristãos consideram que é “absolutamente necessário não descurar o combate e o controlo da pandemia” da Covid-19, mas é igualmente “urgente” tomar medidas para “dar resposta a outros problemas de saúde”.
  • Ana Rita Bessa
    Deputada do CDS-PP no Congresso de Aveiro
4 Agosto 2020, 12h50

O CDS-PP quer saber a que se deve o atraso na “retoma plena” da atividade dos cuidados de saúde primários e como é que está a ser dada resposta às necessidades dos cidadãos sem suspeita ou infeção por Covid-19. Os democratas-cristãos consideram que é “absolutamente necessário não descurar o combate e o controlo da pandemia” da Covid-19, mas é igualmente “urgente” tomar medidas para “dar resposta a outros problemas de saúde”.

Numa pergunta enviada ao Ministério da Saúde, a deputada democrata-cristã Ana Rita Bessa alerta que, no mês de julho, morreram em Portugal 10.390 pessoas, “o valor mais alto registado nos meses de julho em 12 anos” e que a pandemia da Covid-19 não justifica diretamente este aumento do número de óbitos, tendo em conta que “em julho apenas 1,53% dos óbitos (159 do total) se deve ao novo coronavírus”.

Ana Rita Bessa nota que ao grupo parlamentar do CDS-PP têm chegado várias queixas de cidadãos que continuam sem consultas presencias com o médicos de família. O partido dá conta de que o atendimento é feito via telefone “com todas as confusões e mal-entendidos que daí poderá advir para utentes mais idosos e sem facilidade de compreensão sobre o que fazer ou que medicamentos tomar”.

“Também os profissionais se mostram preocupados com a situação e, principalmente, com o impacto que a paralisação do sistema de saúde, causada pela pandemia Covid-19, possa vir a ter, a médio / longo prazo, na sobrevivência de doentes crónicos e com doença oncológica, entre outros”, acrescenta a deputada.

O CDS-PP diz que, atualmente, “grande parte do sistema [de saúde] continua paralisado” e tem-se registado “uma queda acentuada nos novos diagnósticos”. Os democratas-cristãos alertam, no entanto, que a incidência de doenças, como o cancro, “não reduziu” e há “mais de 50.000 novos casos por ano”. “Não está é a ser diagnosticado”, avisam.

“As consequências podem ir desde um diagnóstico mais tardio, em estádios mais avançados, com tratamentos mais complexos e com menor probabilidade de cura, maior sofrimento para o doente e doença incurável, recurso a tratamentos paliativos, e não curativos, com maior despesa para o Estado e, provavelmente, daqui a 3-5 anos aumento significativo das taxas de mortalidade por cancro”, adverte o CDS-PP.

A deputada democrata-cristã questiona, por isso, como estão os centros e unidades de Saúde a responder às necessidades dos cidadãos sem suspeita e/ou diagnóstico Covid-19 e se é possível fazer um ponto de situação do funcionamento dos Centros de Saúde e Unidades de Saúde Familiar, e respetivas Extensões, para perceber quantos já reabriram e estão a funcionar em pleno e quantos ainda estão apenas com consultas por telefone.

Ana Rita Bessa quer ainda saber a que se deve o atraso na retoma plena da atividade nos Centros de Saúde e Unidades de Saúde Familiar e se “é verdade que estas unidades de saúde têm falta de recursos e condições para dar respostas a todas as solicitações exigidas pela realidade atual”. Em caso afirmativo, o CDS-PP questiona “que medidas estão a ser tomadas pelo Ministério da Saúde para colmatar estas faltas e quando estarão resolvidas”.

Relativamente à Oncologia, o CDS-PP quer saber quantos diagnósticos se deixaram de fazer em relação a período homólogo e por que é que esta redução ocorreu. A democrata-cristã pergunta ainda quando prevê o Governo que as listas de espera para cirurgias e exames complementares estejam regularizadas e se pode confirmar que as consultas de doenças crónicas estão a ser feitas em tempo útil em todo o país.

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