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CEO da EuroAtlantic considera que adiar aeroporto do Montijo é “erro estratégico”

Eugénio Fernandes diz ainda que esse adiamento da construção mostra “descrédito” no turismo.
  • Eugénio Fernandes Euroatlantic
    Victor Machado/Bluepeach
5 Novembro 2020, 13h55

O presidente executivo (CEO) da companhia portuguesa euroAtlantic Airways, Eugénio Fernandes, considerou esta quinta-feira que adiar a construção do aeroporto do Montijo é um “erro estratégico” e mostra “descrédito” no setor do turismo.

“O adiamento da construção do novo aeroporto do Montijo é um erro estratégico e evidencia o descrédito e a falta de confiança no setor do turismo”, defendeu o responsável, em comunicado, na sequência das declarações do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que admitiu, na quarta-feira, que a crise causada pela pandemia veio dar ao Governo tempo para ponderar sobre a possibilidade de uma avaliação ambiental estratégica sobre o novo aeroporto.

“É uma provocação para toda a sociedade, para os empresários, para o país em geral, porque sabemos bem a contribuição positiva que o novo aeroporto iria ter para a nossa economia”, acrescentou Eugénio Fernandes.

O CEO da euroAtlantic airways disse recear que a decisão de adiar a construção do aeroporto do Montijo conduza a um atraso de, “pelo menos, mais 10 anos”, depois de “50 anos há espera”.

“Um novo aeroporto é um investimento fundamental, estratégico e indispensável para recuperarmos o turismo, que é uma atividade da mais extrema importância para a nossa recuperação económica, como temos vindo a assistir nos últimos anos, no pós-crise financeira”, apontou Eugénio Fernandes, reiterando que os investimentos estratégicos para o país não devem ser adiados, “mesmo devido à pandemia”.

Numa audição no parlamento, na quarta-feira, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) e em resposta à deputada Inês Sousa Real, do PAN, o ministro das Infraestruturas sublinhou que, antes da pandemia de covid-19, a capacidade do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, estava “esgotada”, sendo recusados “muitos voos” o que levava à perda de receitas para vários setores da economia.

“A urgência fazia com que nós não perdêssemos mais tempo na necessidade de expandir a capacidade aeroportuária de Lisboa”, continuou Pedro Nuno Santos.

“[Agora], não ignoramos que a pandemia, não retirando a necessidade de aumentar a capacidade aeroportuária, porque contamos com a recuperação dentro de alguns anos, dá-nos algum tempo para ponderarmos a possibilidade de avaliação ambiental estratégica”, afirmou o ministro.

Várias organizações ambientais têm defendido que o processo referente ao novo aeroporto de Lisboa tem de ser apreciado no contexto de uma avaliação ambiental estratégica, em que sejam ponderadas várias opções possíveis.

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