Artur Trindade, antigo secretário de Estado da Energia, poderá ser afastado da presidência do OMIP (Operador do Mercado Ibérico) de acordo com informação tornada pública esta segunda-feira pela CMVM, entidade que iniciou um processo de reavaliação de idoneidade que pode terminar na suspensão de funções do ex-governante, sendo que Artur Trindade tem dez dias para apresentar o contraditório.
“Na sequência de diligências de supervisão que vem efetuando nos últimos dois meses, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários notificou hoje Artur Álvaro Laureano Homem da Trindade, a OMIP — Pólo Português, S.G.M.R., S.A., a OMIClear C.C. S.A e os restantes administradores de cada uma destas entidades, do início de um procedimento administrativo tendente à reavaliação da sua adequação para o exercício das funções de presidente do conselho de administração da OMIP — Pólo Português, S.G.M.R., S.A. e de vice-presidente do conselho de administração da OMIClear C.C. S.A.”, escreve a CMVM em comunicado divulgado esta segunda-feira.
A 22 de julho deste ano, o antigo secretário de Estado da Energia e atual presidente do OMIP (Operador do Mercado Ibérico), Artur Trindade, foi constituído arguido no âmbito do caso EDP, por suspeitas de corrupção passiva e benefícios de 1,2 mil milhões de euros à empresa.
O nome de Artur Trindade é referido várias vezes no despacho assinado pelo juiz Carlos Alexandre que dita várias medidas de coação a António Mexia e João Manso Neto (que eram até há pouco tempo presidentes da EDP e da EDP Renováveis) e João Conceição, administrador da REN.
A EDP foi constituída arguida apenas em relação a Artur Trindade e não aos restantes factos que ditaram, entre outras medidas, a suspensão de Mexia e Manso Neto dos cargos.
Em causa estarão alegadas irregularidades na contratação do pai de Artur Trindade pela empresa, assim como a entrada do ex-governante para o OMIP.
Neste processo, que investiga suspeitas de corrupção ativa e participação económica em negócio, relacionado com os procedimentos sobre a introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), entre outros factos apontados pelo Ministério Público, são arguidos Mexia e Manso Neto, Manuel Pinho, Ricardo Salgado e João Conceição e Rui Cartaxo, entre outros.
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