[weglot_switcher]

Como fazer escolhas acertadas com etiqueta energética CLASSE+

A etiqueta energética afirmou-se como um instrumento de sucesso na política europeia para a promoção da eficiência energética e uma referência incontornável para os consumidores.
  • Cristina Bernardo
7 Novembro 2018, 07h02

Foi há mais de 25 anos que surgiu a etiqueta energética que hoje já nos é tão familiar nos eletrodomésticos, televisões, equipamentos de ar condicionado, etc. A ideia era (e ainda é) simples: ao facilitar uma decisão mais informada aos consumidores, estes irão privilegiar a compra de equipamentos mais eficientes e isso irá induzir o desenvolvimento tecnológico, com os fabricantes a colocar no mercado soluções cada vez mais eficientes.

Os resultados foram positivos e as classes menos eficientes em equipamentos como frigoríficos, máquinas de lavar e outros acabaram por sair do mercado, por contraponto ao surgimento das classes A+ a A+++ até soluções que atualmente vão além do triplo +.

Este alargamento da oferta nas classes mais eficientes levou a que a Comissão Europeia aprovasse a revisão dos regulamentos que estão na base desta classificação, fazendo uma espécie de reset à escala já a partir de 2019: as classificações voltam à escala de “A” a “G” e o melhor equipamento do mercado na data de entrada em vigor desta alteração não ultrapassará a classe “C”.

Em suma, a etiqueta energética afirmou-se como um instrumento de sucesso na política europeia para a promoção da eficiência energética e uma referência incontornável para os consumidores.

No entanto, a etiqueta energética europeia está limitada a produtos consumidores de energia, como lâmpadas, eletrodomésticos, fornos, deixando de fora outros produtos que também têm um impacto indireto no consumo de energia numa habitação.

Um passo além da etiqueta europeia

Para dar resposta a esta oportunidade, a ADENE – Agência para a Energia desenvolveu a etiquetagem energética CLASSE+, uma iniciativa especialmente destinada aos componentes dos edifícios que não possuem etiqueta energética europeia, como as janelas, os isolamentos e as tintas. As empresas fabricantes podem assim, de forma voluntária, classificar estes produtos numa escala energética semelhante à dos eletrodomésticos. Este processo é acompanhado pela formação dos técnicos instaladores com reconhecimento pela CERTIF – Associação para a Certificação.

O primeiro produto classificado segundo este sistema foram as janelas. Na prática, uma janela com etiqueta CLASSE+ é um produto cujo desempenho energético foi devidamente classificado numa escala de A+ (mais eficiente) a G (menos eficiente), para além de indicar o nível de conforto que a janela pode proporcionar.

Janelas mais eficientes significam maior poupança energética, melhor insonorização acústica e maior isolamento térmico. Por isso, a escolha certa tem muita importância em pequenas intervenções, reabilitações ou obras de melhoria em edifícios existentes.

Escolher janelas eficientes com a etiqueta CLASSE+

A substituição de uma janela vulgar, de vidro simples e sem corte térmico, por uma janela com etiqueta CLASSE+ com classificação “A” pode significar uma redução de, pelo menos, 50% nas perdas de energia associadas a esse elemento. Dependendo da quantidade, dimensões e caraterísticas das janelas no imóvel, bem como da forma e frequência com que é climatizada a casa, assim varia a quantidade de eletricidade, gás ou outro combustível que se pode poupar e o impacto positivo que isso terá na fatura energética mensal de uma habitação.

A informação na etiqueta energética CLASSE+ permite conhecer e comparar, de forma clara e simples, o desempenho energético, térmico e acústico de janelas e, desse modo, facilitar a janela eficiente que pode dar melhor conforto à habitação.

Aos consumidores basta exigir que os orçamentos apresentados pelas empresas incluam a simulação da etiqueta energética CLASSE+, para que assim possam comparar as diferentes opções.

De uma forma simples, pode-se considerar que ao ter uma casa mais eficiente e confortável (janelas eficientes CLASSE+, paredes e coberturas bem isoladas), uma família portuguesa típica pode poupar entre 250 e mil euros por ano se optar por soluções.

Oportunidades de financiamento

A etiqueta CLASSE+ vem sendo utilizada como referência em sistemas de incentivos financeiro para a troca de janelas, como o Fundo de Eficiência Energética (FEE) e os Programas Operacionais Regionais para a Administração Pública.

Atualmente, os programas Casa Eficiente 2020 e o IFRRU 2020 disponibiliza empréstimos em condições favoráveis a operações que promovam a melhoria do desempenho ambiental dos edifícios de habitação particular, com especial enfoque na eficiência energética. A intervenção na envolvente envidraçada é uma das operações elegíveis, devendo a eficiência energética das janelas instaladas ser evidenciada pela apresentação por etiqueta energética igual ou superior a “B”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.