Covid-19: Democratas norte-americanos adiam convenção para agosto

O Partido Democrata norte-americano adiou a sua convenção de nomeação presidencial para agosto – estava prevista para julho – devido à pandemia que grassa no país e que já matou 5.340 pessoas. A pandemia está, por outro lado, a fazer crescer as intenções de voto em Bernie Sanders, o que fica a dever-se, segundo os analistas, ao facto de a população estar a entender da pior forma que as opções do Senador em termos de saúde estão a fazer uma tremenda falta ao país.

Segundo a imprensa norte-americana, os democratas pretendem usar a convenção de Milwaukee – agora marcada para a semana de 17 de agosto – para escolherem formalmente o seu candidato, que irá desafiar o presidente republicano Donald Trump nas eleições de novembro.

A pandemia já forçou os dois candidatos, Joe Biden e Bernie Sanders, a suspenderem a campanha, e mais de uma dezena de Estados adiaram as votações devido às preocupações com os riscos à saúde pública.

“Neste atual clima de incerteza, acreditamos que a abordagem mais inteligente é levar mais tempo para monitorizar como a situação se vai desenvolver”, disse Joe Solmonese, diretor executivo do Comité da Convenção Nacional Democrata. A convenção será realizada em Wisconsin, um Estado que Trump venceu por pouco em 2016 e que é visto como uma região essencial para a corrida presidencial deste ano.

Na passada quarta-feira, Joe Biden pediu o adiamento da convenção durante uma conversa televisiva a partir da sua residência em Wilmington, Delaware. Biden lidera a corrida à nomeação democrata contra Sanders, Senador por Vermont, por 1.215 delegados contra 909.

No pensamento dos democratas está agora outro dado que pode ser importante para o desfecho das presidenciais de novembro: se se confirmar que Sanders tem um ascendente sobre Biden devido à questão da pandemia, talvez essa mesma questão possa ser um dado essecial se o senador se confrontar com Donald Trump – dado que o país está a sofrer fortemente com a Covid-19, ao contrário do que eram as previsões iniciais da Casa Branca.

As dificuldades com que as autoridades de saúde se têm deparado – e que têm deixado os norte-americanos estarrecidos – demonstram que o país não estava minimamente preparados para semelhante flagelo e que o sistema não consegue responder a todos, longe disso. Para mais, “ironia das ironias”, como disse Andrew Cuomo, governador do Estado de Nova Iorque – o mais atingido pelo coronavírus – o país está dependente, em termos de material médico, daquilo que conseguir importar da China.

O Partido Republicano já tinha previsto realizar a sua convenção em agosto, em Charlotte, Carolina do Norte.