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Criptomoedas, impostos e volatilidade vão determinar investimentos em 2018

Depois de um ano de ganhos, 2018 poderá trazer correções nas ações globais. Apesar disso, os gestores de ativos vêem um futuro risonho para a Europa.
  • Paulo Whitaker/Reuters
21 Dezembro 2017, 16h54

O ano que termina foi de ganhos e baixa volatilidade nos índices acionistas, mas esse cenário pode não sobreviver ao réveillon. Numa sondagem da agência Bloomberg com gestores de ativos indica que criptomoedas, mudanças nos impostos e volatilidade vão marcar os investimentos e poderão levar a uma correção nos índices, no ano que vai entrar.

A retirada dos estímulos monetários por vários bancos centrais do mundo, incluindo a diminuição da folha de balanço pela Reserva Federal dos EUA ou a diminuição da compra de obrigações pelo Banco Central Europeu (BCE), poderá ser a principal causa para uma descida dos preços dos ativos. Segundo o hedge fund manager Paul Tudor Jones, a baixa volatilidade está a tornar-se “perigosa” levando a uma falsa sensação de complacência do mercado.

As criptomoedas serão, inevitavelmente, um dos principais temas de 2018, sendo que o co-fundador do hedge fund Silver 8 Capital, Jose Suarez, disse à Bloomberg esperar um ETF de bitcoin no próximo ano. “Os futuros já estão a dar mais legitimidade à classe de ativos e os ETF vão dar ainda mais, portanto mais investidores institucionais vão incluí-la nos seus portefólios”, disse. “Mesmo assim, a questão da supervisão tem de ser resolvida”.

Outro tema incontornável são as políticas de Donald Trump e, em especial, a reforma nos impostos. A nova lei dos impostos está prestes a ser aprovada e vai implicar a redução dos impostos para as empresas para 21%, dos anteriores 35% a partir de dia 1 de janeiro, o que se espera que leve a um aumento dos lucros das empresas no próximo ano. Segundo o hedge fund Roubaix Capital, a reforma fiscal “vai ser o evento fiscal mais significativo” para as ações small-cap.

No que diz respeito à Europa, os gestores de ativos vêem um futuro risonho, sendo que a unidade de investimento do UBS sublinha que “há preços relativamente baixos nos créditos bancários com oportunidades interessantes em bancos na Alemanha, França e Espanha”. No entanto, o peso do crédito mal-parada nos bancos europeus poderá penalizar os ativos, numa altura em que as instituições financeiras terão de lidar com a entrada em vigor da nova regulamentação europeia MiFID II.

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