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É tempo de ir às compras. Sporting é quem mais precisa

É em janeiro que os clubes têm a última oportunidade de retificar os plantéis mas em Portugal, pelo pouco poderio económico, regista-se uma postura mais conservadora. Lá fora, os mais poderosos aproveitam para fazer grandes negócios.
19 Janeiro 2019, 10h00

Por norma, o mercado de transferências ‘invernal’ não traz um ‘vendaval’ de milhões de euros para os clubes, que preferem mudanças cirúrgicas a grandes investimentos. Mas como a lógica conta pouco no futebol, a ‘janela’ de janeiro de 2018 foi tudo menos pacífica com os clubes a desembolsarem quantias pouco razoáveis para quem quer apenas fazer retoques no plantel.

O avançado Aubameyang chegou ao Arsenal por 64 milhões de euros, mas o Manchester City não se ficou atrás e reforçou a defesa com Aymeric Laporte por 65 milhões de euros. Diego Costa regressou ao Atlético de Madrid com os ‘colchoneros’ a investir uns respeitáveis 66 milhões de euros e em Liverpool, Jurgen Kloop reforçava a defesa com o mais caro central da história do futebol: Van Dijk por 78 milhões de euros. No entanto, o recorde das transferências de janeiro coube ao Barcelona que bateu a cláusula de Coutinho e levou-o para Nou Camp por 120 milhões de euros.

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Mas afinal qual dos três grandes’ do futebol português necessita de mais reforços para atacar a segunda metade da época? Esta e outras questões estiveram em debate na última edição do Jogo Económico, onde o painel composto por Luis Miguel Henrique e João Marcelino recebeu na última edição Rui Miguel Tovar.

Na opinião do também jornalista, o Sporting é “sem dúvida” aquele que mais precisa de reforçar o seu plantel. “Já no início da época isso foi evidente. O Benfica e o FC Porto partiam com relativa vantagem em relação ao Sporting, no que ao ‘sonho’ do título dizia respeito. E agora, embora o Sporting tenha recuperado algum prestígio, com alguns bons resultados, a verdade é que continua a precisar de ir ao mercado”, refere Rui Miguel Tovar, apontando as principais lacunas da equipa.

“Os laterais [do Sporting] não são dignos de um clube que se queira campeão. Começar por aí, e depois partir para a frente. Notámos que o declínio do Sporting na ‘era’ José Peseiro teve muito a ver com a ausência do Bas Dost, não ter uma referência sem ser o Bas Dost é complicado e qualquer clube tem de ter alternativas, em qualquer lugar. Mantenho a ideia que o Sporting não tem um meio-campo que resista a Taça da Liga, de Portugal, Liga Europa e campeonato. É preciso mesmo reforçar muito”, explica o jornalista.

Olhando para o plantel de ‘águias’ e ‘dragões’ e sobre qual deles está mais consolidado, Rui Miguel Tovar afirmou que “no início da época o Benfica era o mais forte e equilibrado. Mas de facto, o Porto, mais uma vez, tal como no ano passado veio com um plantel generoso, de esforço e dedicação e que ‘respira’ o Sérgio Conceição e aquilo que ele foi como jogador”, dando o exemplo do último mercado de transferências.

“Quando venderam o Ricardo Pereira e o Diogo Dalot, e ficaram só com o Maxi Pereira para lateral direito, que já não tem idade e velocidade para estar uma época inteira a jogar, e de facto o Sérgio Conceição foi ‘sacar’ o Jesús Corona, que tem dado bons resultados e o Porto continua a ganhar, não só no campeonato, como também na Liga dos Campeões”, referiu o jornalista.

No arranque da temporada Rui Miguel Tovar acreditou que “o Benfica partiria sempre à frente do Porto, mas o Porto mais uma vez conseguiu virar do avesso as contas do campeonato. E é preciso relembrar que o Porto já foi à Luz e perdeu, portanto, o Benfica estar atrás do campeão nacional nesta situação é confrangedor para o Benfica”, refere o jornalista, que destacou uma característica do plantel portista.

“A mentalidade dos jogadores do Porto é nunca cair e estar ali a jogar até ao limite e isso torna estimulante a luta pelo título entre estes dois”, frisou.

Com o mercado de transferências novamente aberto surgem as possibilidades de se realizarem negócios milionários, principalmente das equipas portuguesas para o estrangeiro, visto que “a margem é reduzida”, no que toca à capacidada Liga portuguesa em manter os melhores jogadores.

“Portugal não é um grande campeonato, é uma boa montra. A comprová-lo estão tantos jogadores que saíram daqui, sobretudo de Porto e Benfica, que fizeram de Portugal um excelente ponto de passagem, mas depois lá fora não foram tão grandes (Mangala, Otamendi, Jackson Martínez). Portugal é uma boa plataforma, porque é um campeonato simpático onde quem é realmente bom destaca-se, seja no campeonato ou Liga dos Campeões”, explica Rui Miguel Tovar, olhando para as diferenças, internacionais.

”É muito difícil competir com Inglaterra, Itália, Espanha, França, Alemanha. São países mais ricos, campeonatos melhores e isso traduz-se em várias coisas”, afirmou o jornalista.

Artigo publicado na edição nº1970, de 4 de janeiro, do Jornal Económico

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