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EDP e EDP Renováveis não recomendam que acionistas vendam na OPA lançada pela CTG

Do lado da EDP, apesar de se considerar que o preço oferecido pela CTG é baixo, o conselho de administração executivo, liderado por António Mexia, “constata que há mérito nas intenções estratégicas” propostas pela sociedade chinesa.
  • Cristina Bernardo
11 Junho 2018, 07h43

Os conselhos de administração da EDP e da EDP Renováveis consideram que o preço oferecido pela China Three Gorges (CTG) nas Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) é baixo e não recomendam aos acionistas que vendam as ações. No entanto, a equipa de António Mexia reconhece méritos à proposta estratégica dos chineses.

No relatório do conselho de administração executivo da EDP – Energias de Portugal é referido que “o preço oferecido [pela CTG] não reflete adequadamente o valor da EDP e que o prémio implícito na oferta é baixo, considerando a prática seguida no mercado Europeu das ‘utilities’ nas situações onde existiu aquisição de controlo”. Pelo que, a empresa “não pode recomendar que os acionistas vendam as suas ações ao preço atualmente oferecido”.

A CTG, principal acionista da EDP Energias de Portugal, anunciou a 11 de maio uma o lançamento de uma OPA sobre a totalidade do capital da empresa, oferecendo 3,26 euros por ação, segundo o anúncio preliminar registado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A empresa chinesa justificava que a oferta corresponde um prémio de cerca de 10,8% em relação ao preço médio ponderado das ações no mercado nos últimos seis meses anteriores à presente data, que é de cerca de 2,94 euros por ação.

Paralelamente, a CTG também lançou uma OPA sobre a totalidade do capital EDP Renováveis, na qual a EDP tem 82,6%, oferecendo 7,33 euros por ação, mas subordinada ao sucesso da oferta sobre a casa mãe.

EDP Renováveis alerta para risco nos Estados Unidos

No relatório do conselho de administração executivo divulgado a 9 de junho, a EDP Renováveis considera que a contrapartida oferecida pela CTG “não traduz de forma adequada o valor”. Lembra que a oferta pela EDP e a oferta pela EDP Renováveis estão relacionadas e, “considerando que, em 2017, a EDP Renováveis representou 39% do EBITDA recorrente do Grupo EDP”, a administração não vê que haja uma “incorporação de um prémio aos acionistas minoritários da EDP Renováveis”.

Alerta, também, para o impacto de “potenciais implicações e desfechos regulatórios, em particular aqueles que poderão afetar a atividade nos Estados Unidos”, que “não são claros e poderão ter impacto na estratégia e perspetivas de crescimento da EDP Renováveis”.

Por isso, a equipa liderada por João Manso Neto vai mais longe do que a casa-mãe e recomenda aos acionistas que não vendam as suas ações na OPA lançada pela CTG.

Mérito estratégico

Do lado da EDP, apesar de se considerar que o preço oferecido pela CTG é baixo, o conselho de administração executivo, liderado por António Mexia, “constata que há mérito nas intenções estratégicas” propostas pela sociedade chinesa.

“Dadas as incertezas em relação à implementação das intenções do Oferente e do potencial impacto na EDP, o conselho de administração executivo procurará obter mais informação junto da oferente para estar em condições de formar uma opinião mais fundamentada sobre a qualidade do projeto”, refere.

No entanto, “sem prejuízo dos méritos do plano que venha a ser estruturado pela oferente com base nas intenções apresentadas”, a equipa de Mexia “é da opinião de que os acionistas que tencionem vender as suas ações devem ser adequadamente compensados por permitirem a tomada do controlo da EDP e a implementação do referido plano”.

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