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Ganhos acima de 2% de BCP, NOS e Galp impulsionam PSI 20

O principal índice bolsista português soma 1,30%, para 4.010,21 pontos, em linha com as principais congéneres europeias.
15 Maio 2020, 12h17

O principal índice bolsista português (PSI 20) soma 1,30%, para 4.010,21 pontos, em linha com as principais congéneres europeias esta sexta-feira. No PSI 20, 14 empresas cotadas valorizam, três desvalorizam e uma negoceiam sem variação. A performance bolsista é impulsionada pelos títulos do BCP (2,46%), NOS (2,75%) e Galp (2,38%), que ganham mais de 2%.

Entre estas três empresas, destaque para o banco liderado por Miguel Maya que recupera do tombo da sessão de quinta-feira, quando afundou 3,83%, para 0,085 euros. O BCP tem enfrentado uma forte pressão, depois de o CaixaBank/BPI ter cortado o preço-alvo das ações da cotada para 0,11 euros por cada título, devido ao impacto económico da pandemia da Covid-19. A instituição bancária só vai apresentar resultados na próxima semana, quando já se sabe que a unidade polaca, o Millennium Bank, registou um tombo de 89% nos lucros do primeiro trimestre de 2020.

Também a Galp se destaca, acompanhando os ganhos do mercado petrolífero. Em Londres, o Brent, que é referência para Portugal, soma 1,64, para 31,48 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, avança 1,12%, para 27,71 dólares.

Os títulos da Mota-Engil (3,56%), da Corticeira Amorim (7,76%), da Ramada (6,92%) e da Ibersol (3,37%) também alimentam o PSI 20.

Os investidores valorizam a Mota-Engil, após a empresa ter anunciado a adjudicação de um contrato de 36 meses no valor de 230 milhões de euros para a construção de um troço de aproximadamente 15,2 km na Polónia. O projeto contempla a fase de projeto e de construção. A execução do projeto será concretizada em parceria entre a Mota-Engil e a Central Europe e a Porr S.A.

A Corticeira Amorim, que ontem, após o fecho da sessão, reportou um crescimento de 6,8% no lucro líquido, para 19,9 milhões de euros, no primeiro trimestre de 2020, também continua a capitalizar ganhos esta sexta-feira. A empresa liderada por António Rios de Amorim há duas décadas explicou que o impacto do surto epidemiológico nas contas da Corticeira só “deverá ser mais vísivel” no segundo trimestre, esperando-se, uma recuperação no terceiro trimestre do ano.

Em terreno negativo destaque para a Jerónimo Martins, que perde 1,82%, para 13,73 euros, depois de ter iniciado a sessão a esboçar uma recuperação da queda abrupta verificada na quinta-feira.

Ontem, a retalhista dona do Pingo Doce afundou 10,92%, para 13,99 na sessão de quinta-feira, depois de ter anunciado que os lucros no primeiro trimestre caíram 43,8%, para 35 milhões de euros, e de ter cortado em 40% o dividendo a distribuir pelos acionistas devido aos efeitos do novo coronavírus. A pressão vendedora foi agravada depois de o banco de investimento Jefferies ter cortado o preço-alvo das ações da retalhista para 17,50 euros, um valor abaixo dos 19,40 euros estimados.

Na bolsa portuguesa, os investidores conheceram hoje dados relativos à economia portuguesa. Contudo, o facto de o Instituto Nacional de Estatística ter avançado que o PIB português caiu 2,4% no primeiro trimestre de 2020, não se faz sentir no PSI 20.

Também hoje, o Eurostat fez saber que a economia da zona euro recuou, no primeiro trimestre do ano, 3,2% em termos homólogos e 3,8% em cadeia. Tratam-se das maiores quebras desde 1995 e 2009, respetivamente. Na União Europeia, o PIB diminuiu 2,6% na comparação homóloga e 3,3% na comparação com o quarto trimestre de 2019, sublinhando o gabinete estatístico europeu que as medidas de confinamento devido à pandemia da Covid-19 começaram a ser largamente aplicadas em março, pelos Estados-membros.

Apesar dos dados da zona euro e da União Europeia, entre as congéneres europeias a tendência é de otimismo. Os investidores avançam à boleia de dados relativos à China, onde a produção industrial aumentou em abril, registando uma subida de 3,9% comparando com igual período de 2019, o que representa uma recuperação face à  queda de 1,1% em março.

Desta forma, pela primeira vez desde que a pandemia da Covid-19 “chegou”, a China regista um aumento da produção industrial, ainda que as vendas do retalho tenham caído acima do previsto. As vendas a retalho caíram 7,5%, acima dos 6% que se previstos, e a taxa de desemprego subiu para 6%, quando em março tinha ascendido aos 5,9%.

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