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Lagarde: Programa de emergência e TLTRO vão continuar centrais na resposta do BCE à crise

A presidente do BCE disse que “o PEPP e TLTROs mostraram a sua eficácia no atual ambiente e podem ser dinamicamente adustos para reagir à evolução da pandemia”.
  • Armando Babani/EPA via Lusa
11 Novembro 2020, 13h31

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) sinalizou que o programa de compra de ativos de emergência e os empréstimos de longo prazo à banca deverão continuar a ser centrais na ação do banco central. As declarações de Christine Lagarde surgem a um mês da próxima reunião do Conselho de Governadores, durante a qual Frakfurt deverá anunciar a recalibração das ferramentas.

“Embora todas as opções estejam em cima da mesa, o PEPP e TLTROs mostraram a sua eficácia no atual ambiente e podem ser dinamicamente ajustados para reagir à evolução da pandemia. É provável que continuem a ser as principais ferramentas do ajuste da nossa política monetária”, disse esta quarta-feira na abertura do Fórum anual do BCE, que este ano decorre online.

Christine Lagarde frisou que “nas próximas semanas vamos ter mais informação para basear a nossa decisão sobre a recalibração, incluindo maior evidência do sucesso das novas medidas de confinamento para conter o vírus, um novo conjunto de projeções macroeconómicas e mais clareza sobre os planos orçamentais e as perspetivas de lançamento de vacinas”.

Porém, adiantou também que a pensar no futuro, além da próxima reunião, a revisão estratégica do BCE “dá a oportunidade de refletir sobre a melhor combinação de ferramentas para dar condições de financiamento apropriado, como essas ferramentas devem ser implementadas e quais características da nossa caixa de ferramentas precisa ter para cumprir tal estratégia”.

No discurso de abertura do Fórum – que Lagarde fez questão de dizer que espera que para o ano possa voltar a ter lugar em Sintra -, sublinhou ainda que a pandemia levou a uma “recessão incomum” e que “provavelmente irá gerar uma recuperação instável”.

“Todas as áreas de políticas na Europa responderam prontamente e com decisão. A combinação de políticas europeias provou que, quando as autoridades trabalham juntas, dentro dos seus respectivos mandatos, os países podem absorver com sucesso o choque da pandemia”, disse, considerando que o consenso resultou das lições da última década, em alusão à resposta à crise financeira de 2011.

Alertando que a segunda vaga da pandemia, que está a afetar todos os países europeus, coloca novos desafios e riscos, sublinhou que, à semelhança da primeira vaga, “o BCE estará lá” e que irá continuar a assegurar “as condições de financiamento necessárias para proteger a economia do impacto da pandemia”.

Porém, advertiu que “a recuperação económica da emergência da pandemia pode ser acidentada” e que “embora as últimas notícias sobre uma vacina parecem animadoras, ainda podemos enfrentar ciclos recorrentes de propagação do vírus e restrições cada vez mais rígidas até que a imunidade generalizada seja alcançada”.

“Portanto, a recuperação pode não ser linear, mas instável”, afirmou, enaltecendo mais uma vez a importância de tomar decisões que garanta que “esta recessão excepcional continue a ser apenas isso – excepcional – e não se transforme numa recessão mais convencional que se auto-alimenta”, realçando o papel das políticas orçamentais.

(Atualizado às 14h01)

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