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Livro: “Bacalhau. Uma História Global”

O bacalhau, estando inocente, é ‘culpado’ pela mudança de hábitos e costumes de populações inteiras. Saiba como nesta obra de Elisabeth Townsend, que termina com receitas para abrir o apetite aos leitores.
2 Março 2024, 11h16

Tem sido notado por alguns estrangeiros a curiosa incongruência de o prato nacional de Portugal ter como principal ingrediente algo que não existe no nosso país. Sendo obviamente verdade, não invalida que seja cá que se dá das utilizações culinárias mais deliciosas e variadas deste peixe que vive lá longe, nas águas frias do Atlântico Norte.

É a sua dieta favorita que torna a sua carne tão saborosa: capelim (cujas ovas são consideradas uma iguaria na gastronomia asiática) e arenque. As suas preferências incluem ainda caranguejos, lagostas, estrelas-do-mar e camarão. Ocasionalmente, dado que come tudo, engole botas velhas, bonecas, fiapos de lã e dentaduras humanas, havendo mesmo quem tenha asseverado, no início do século XVII, ter encontrado num estômago de bacalhau uma obra literária em três volumes; como estava intacta, terá sido doada à Universidade de Cambridge (pode ser uma história de pescador, mas é indiscutível que há livros intragáveis).

 

 

Em “Bacalhau – Uma História Global”, Elisabeth Townsend navega pelo mundo em busca do bacalhau, revelando de que forma a sua pesca começou no tempo dos viquingues, estendeu-se a bascos e portugueses, e dando-nos a conhecer o modo como a sua influência mudou hábitos e costumes de populações inteiras desde essa altura.

“Bacalhau”, publicado pela Bookbuilders, com tradução de Pedro Bernardo, demonstra como a história do mundo está intimamente ligada à deste peixe, envolvendo exploradores, escravos e comerciantes, para além dos pescadores, naturalmente. A autora termina abrindo o apetite aos leitores com uma seleção de receitas contemporâneas.

Eis a sugestão de leitura desta semana da livraria Palavra de Viajante.

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