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Livro: “Oriente Próximo”

Eis um retrato devastador de uma realidade que temos dificuldade em imaginar, por muito que as televisões encham os ecrãs de imagens terríveis de destruição, fome e morte.
9 Março 2024, 11h29

Há muito desaparecido das livrarias, “Oriente Próximo”, de Alexandra Lucas Coelho, foi agora republicado, desta vez pela Caminho (a edição anterior era da Relógio d’Água).

Como nota a jornalista numa curta nota à presente edição, muito mudou desde que estes textos sobre Israel e a Palestina foram escritos, entre 2005 e 2007. Mas (re)ler este livro poderá ajudar a compreender a situação atual, já que muito do que se passa hoje estava latente há quase vinte anos.

Provavelmente, desde 1948, ano da Nakba, ou Catástrofe, como os Palestinianos chamam ao êxodo a que foram forçados pela criação do Estado de Israel.

 

 

Como é seu costume, a autora fala com os cidadãos comuns, ausculta os seus sonhos, descobre as bandas preferidas dos adolescentes e os frigoríficos duplos a que obrigam preceitos religiosos, circula entre os músicos que pararam Ramallah com uma Festa da Música, em 21 de Junho de 2006, entrevista Amos Oz, o grande escritor israelita que militou pela paz entre os dois povos, falecido há cerca de cinco anos, e Uri Attar, negociante de diamantes, a cuja perseverança se deve a edição dos poemas de Alberto Caeiro em hebraico.

Alexandra Lucas Coelho, que acaba de regressar de um mês de reportagem na Cisjordânia Ocupada, em Israel e em Jerusalém. E que, com as suas crónicas, trouxe para as páginas do “Público” um retrato devastador de uma realidade que temos dificuldade em imaginar, por muito que as televisões encham os ecrãs de imagens terríveis de destruição, fome e morte.

É, talvez, através da palavra escrita que a nossa compaixão melhor poderá despertar, agora que os nossos corações parecem empedernidos perante tanta guerra e tamanha sensação de impotência.

Eis a sugestão de leitura desta semana da livraria Palavra de Viajante.

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