Entre temas como economia, desemprego, crime, imigração, saúde ou educação, mais de metade dos portugueses (51%) seleciona a corrupção como um dos três maiores desafios. De acordo com o último relatório sobre corrupção na Europa e na Ásia Central da Transparência Internacional (TI), “tornou-se impossível ignorar a corrupção sistémica na forma como os negócios influenciam a política”.
A polémica ida de Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia, para a Goldman Sachs é um dos exemplos apresentados para ilustrar a forma como os cidadãos não se sentem à vontade com este tipo de situações.
Segundo os analistas da TI, a perceção de que os investimentos públicos e as opções políticas são distorcidas “a favor de uns poucos sobre o todo” aumenta em situações de lobbying escondido e das ‘portas giratórias’ entre os setores público e privado.
O estudo, ao qual responderam 60 mil pessoas de 42 países da Europa e Ásia Central, indica que 33% dos portugueses consideram que a maior parte ou a totalidade dos parlamentares são corruptos, ligeiramente acima da média global (31%). O jornal “Público” avançou, esta segunda-feira, com a notícia, sublinhando que das nove categorias de profissões e de grupos com maior índice de perceção da corrupção, os deputados e os membros do governo encabeçam a lista.
De acordo com a organização não-governamental, estes números ajudam a explicar o surgimento e o acréscimo no número de movimentos nacionalistas e populistas: há a “convicção de que as instituições democráticas tradicionais – governos e partidos políticos – não só não estão a cumprir as promessas de prosperidade e igualdade de oportunidades, como não são fiáveis”.
Em relação ao trabalho que os governos têm feito para resolver a situação, só 23% garante que os políticos estão a fazer o suficiente para combater a corrupção no setor. Além disso, mais de um quarto dos cidadãos vê os políticos, os membros dos governos e os homens de negócios como altamente corruptos.
Mais de metade da população da Europa e da Ásia Central a opinião de que os governos estão a fazer um mau trabalho no combate à corrupção no sector público.
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