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Miguel Maya não tem dúvidas de que o malparado vai aumentar

“Veremos o significado [do impacto do aumento do malparado] em função da duração da própria crise”, vincou o CEO do BCP esta terça-feira à tarde, na audição da Comissão de Orçamento e Finanças.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
21 Abril 2020, 17h13

A escala da subida do crédito malparado em Portugal vai depender da duração da crise causada pela Covid-19, mas o presidente executivo do Millennium bcp, Miguel Maya, não tem dúvidas: o malparado vai mesmo aumentar.

“Não tenho dúvidas de que o malparado vai crescer”, vincou o CEO do BCP esta terça-feira à tarde, na audição da Comissão de Orçamento e Finanças. “Veremos o significado [do impacto do aumento do malparado] em função da duração da própria crise”.

No entanto, a situação das empresas que não têm capacidade para contrair mais crédito é “a grande preocupação” de Miguel Maya. “É um tema por resolver. A grande preocupação é estas empresas mais pequenas que não têm capacidade de suportar crédito adicional, e com dívida adicional ficam numa posição mais difícil”.

Miguel Maya apontou ainda para outra dificuldade que se prende com a capacidade das medidas anunciadas pelo Governo para estimular a economia. E o problema vive no cruzamento entre o a dívida pública e o PIB português e a forma como as agências de rating vão penalizar o país, o que acabará por pressionar os bancos.

“A grande preocupação é o trade-off entre dívida pública e PIB e depois a forma como as agência de rating vão penalizar o país. O FMI diz que vamos passar para uma dívida pública acima daquela que tivemos quando as agências de rating puseram o rating do país em lixo. O nível de ajuda tem de estar num trade-off muito fino. Tenho defendido que vai ser muito difícil manter o rating da República e o rating dos bancos se não houver resposta europeia para esta crise”, disse Miguel Maya.

“O tema da liquidez poder-se-á colocar se o rating da República for revisto em baixa, aí será um problema de liquidez. Agora temos é um problema de solvabilidade”, concluiu.

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