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Moody’s classifica como “fraca” a liquidez da detentora dos direitos televisivos da Ligue 1

O acordo sobre os direitos televisivos da LFP, avaliado em mil milhões de euros, por uma temporada, foi atribuído ao grupo espanhol (detido pelos chineses da Orient Hontai Capital). Os números avançados pela Moody’s, indicam que o a Mediapro está em risco de não cumprir com os compromissos assumidos com os seus credores financeiros.
26 Outubro 2020, 18h12

A Mediapro, detentora dos direitos televisivos da liga francesa, terá de enfrentar compromissos de 925 milhões de euros até 2021, um valor preocupante, devido ao atual fluxo de tesouraria da empresa cifrada nos 143 milhões de euros. Com base nestes números, a agência de rating Moody’s classificou a liquidez do grupo espanhol como “fraca”, segundo o portal “Palco 23”.

Uma das razões apontadas à revisão feita pela Moody’s à liquidez da Mediapro, prende-se com o não cumprimento do pagamento da parcela de outubro do grupo à liga francesa de futebol (LFP – sigla em francês) referente aos direitos televisivos. O acordo previa que a Mediapro pagasse 170 milhões de euros, algo que não aconteceu.

O acordo sobre os direitos televisivos da LFP, avaliado em mil milhões de euros, por uma temporada, foi atribuído ao grupo espanhol (detido pelos chineses da Orient Hontai Capital). Os números avançados pela Moody’s, indicam que o a Mediapro está em risco de não cumprir com os compromissos assumidos com os seus credores financeiros.

“A liquidez da Mediapro é fraca.” É assim que a agência de rating Moody’s define a capacidade do grupo audiovisual espanhol Mediapro de cumprir os seus compromissos a curto prazo. De acordo com a agência de rating, no final de junho passado a Mediapro contava com um fluxo de tesouraria de 143 milhões de euros e, para além disso, tinha alienado a 100% um empréstimo rotativo de 60 milhões de euros.

De acordo com a Moody’s, a empresa deverá enfrentar alguns compromissos “importantes” em 2020 e 2021, incluindo 25 milhões de euros correspondentes à amortização semestral de um dos seus empréstimos, além de compromissos de investimento no valor de 50 milhões de euros em 2021.

A Moody’s acrescenta ainda que a Mediapro “terá de efetuar pagamentos contratuais à LFP de 170 milhões de euros (incluindo IVA) em dezembro de 2020, em fevereiro de 2021, abril de 2021 e junho de 2021, além do incumprimento em outubro 2020”. Todos estes compromissos rondam os 925 milhões de euros e a agência de rating informa que o grupo deve cumprir com um pacto que exige uma liquidez mínima de 60 milhões de euros.

Os riscos que a Mediapro enfrenta no seu conflito com a associação francesa de futebol não são apenas económicos, mas a Moody’s aponta que “danos à reputação da divisão de gestão de direitos televisivos podem limitar a capacidade da empresa de garantir direitos futuros”.

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