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O Pai Natal prepara as renas, mas irá visitar Wall Street?

Vai ser importante aferir o resultado da época de vendas natalícia, a começar pela Black Friday, seguida da Cyber Monday, serão testes relevantes para os investidores poderem validar a noção de que o consumidor norte-americano continua confiante.
25 Novembro 2019, 10h57

Há um ano o sentimento em Wall Street era pesado, principalmente devido a receios de que o movimento hawkish que o FED tinha imprimido pudesse descarrilar a maior economia do mundo para uma recessão, numa fase já bastante estendida daquele que é hoje o maior período da história de crescimento económico nos EUA.

O tiro de partida para a pressão vendedora deu-se logo em Outubro com a inversão das taxas de juros da dívida soberana, ou seja quando as maturidades maiores ficaram com juros mais baixos do que as maturidades mais curtas, reflectindo a percepção do mercado de que uma recessão estaria no horizonte e com ela os juros teriam de ser reduzidos. Pessimismo que se prolongou até à véspera do dia de Natal do ano passado, mas que deu lugar a uma forte recuperação nos últimos dias 2018, que no entanto não impediu a primeira desvalorização anual para o S&P500 desde 2008.

Com menos de seis semanas de negociação em 2019, sendo que apenas três serão de volume “completo”, o cenário previsto para este ano é bem diferente, com os investidores apoiados na almofada da redução dos juros criada pela Fed, num movimento raro de acção preventiva para acautelar que os riscos para a economia descarrilem o crescimento económico, estando o tema da guerra comercial no topo da lista, seguido de eventos locais como o Brexit, abrandamento da economia europeia e a situação em Hong Kong.

O sentimento de mercado é de tal forma acomodado que pouca margem os ursos têm tido para espalhar a sua vontade, visto que o S&P500 terminou a semana passada muito perto de novos máximos históricos, não obstante mais uma ronda de declarações pseudo-positivas de Trump e de Xi Jinping, com ambos a dizerem que é possível um acordo parcial ao mesmo tempo que reforçaram a ideia de que a não acontecer também não é problema, com o Presidente norte-americano a ameaçar com um agravamento das tarifas, ao passo que o seu homólogo chinês afirmou não se coibir de retaliar, caso a situação de deteriore.

Para além deste tópico vai ser importante aferir o resultado da época de vendas natalícia, a começar pela Black Friday, seguida da Cyber Monday, serão testes relevantes para os investidores poderem validar a noção de que o consumidor norte-americano continua confiante, suportado por um mercado laboral que para já não dá mostras de fraqueza, apenas um ligeiro arrefecimento “aqui e ali”.

O gráfico de hoje é do EUR/USD, o time-frame é diário.

 

 

A linha laranja é a zona chave de suporte que poderá impedir que o activo venha a testar os mínimos alcançados no final de setembro.

 

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