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O perfil do investidor português

Estudo da CMVM traçou o perfil do investidor português. É homem, tem ações, e não gosta de ser enganado.
21 Janeiro 2019, 07h33

Tipicamente, o investidor português não se quer deixar enganar e procura entender as oportunidades de investimento. Esta é uma das conclusões do estudo “Perfil do Investidor”, traçado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), divulgado em outubro de 2018 e no qual participaram mais de 2.300 inquiridos.

“Entender as principais características, os riscos e comissões de um investimento são muito importantes para quase todos os investidores”, lê-se no estudo do regulador. Neste contexto, quase 100% dos investidores dizem ser “muito ou extremamente importante” entender as características dos investimentos.

Em Portugal, “existe um equilíbrio entre investidores avessos e investidores propensos ao risco”. Em ambos os casos, mais de um terço consideram-se ora avessos, ora propensos ao risco. E pouco mais de um quarto (26%), têm uma postura neutra em relação ao risco.

De resto, num universo dominado pelo sexo masculino, que constitui 82% dos investidores no país, mais de dois terços têm entre 25 e 54 anos de idade. O investimento em ações é uma prática comum dos investidores portugueses, uma vez que oito em cada dez dizem deter estes valores mobiliários. Mais de sete em cada dez são trabalhadores e a esmagadora maioria tem um nível de escolaridade alto, tendo frequentado o ensino superior.

A atitude dos investidores em situações de perdas e de ganhos também foi objeto de análise do regulador. Assim, o estudo revelou que 73% dos inquiridos têm um ‘efeito de disposição’ nas perdas, que “pode resultar num aumento da tendência dos investidores de manterem em carteira títulos ‘perdedores’ por demasiado tempo”.

Mas o inverso também é verdade. A maioria dos investidores também reagem ao ‘efeito de disposição nos ganhos’, que “pode resultar num aumento da tendência dos investidores de venderem títulos ‘ganhadores’ cedo demais”.

Literacia financeira & criptomoedas

Muitos investidores sabem mais do que pensam. Embora quase metade dos inquiridos admitam “necessitar de consultar um profissional” financeiro, a verdade é que 57% dos investidores enquadraram-se no intervalo de pontuação mais alto do índice de literacia financeira, elaborado pela CMVM, que colocou questões sobre conceitos financeiros, como diversificação, juros e capitalização, obrigações e garantia de capital.

O estudo da CMVM descobriu ainda que quem investe em criptmoedas, tem mais conhecimentos financeiros que os restantes. Entre estes, 66% ficaram no intervalo de pontuação mais alto do índice de literacia financeira.

Especificamente, a maioria dos detentores de criptomoedas dizem não necessitar de serviços profissionais financeiros na hora de investir e apenas 7% dizem não ter investimentos em ações.

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