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OCDE diz que Portugal está na “direção certa, mas ainda há muito a fazer”. Governo reconhece desafios

Secretário-Geral da OCDE elogiou recuperação económica de Portugal, mas realçou que é necessário continuar a implementar reformas. O ministro da Economia disse que “o Governo reconhece-se” em muitos dos problemas identificados no relatório da OCDE sobre Portugal.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
18 Fevereiro 2019, 12h11

O Governo reconheceu esta segunda-feira que Portugal continua a enfrentar desafios, alguns dos quais identificados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE), e que o Governo poderá acolher algumas das recomendações da instituição no relatório sobre Portugal.

Na apresentação do “Estudo Económico da OCDE sobre Portugal”, no Ministério da Economia, em Lisboa, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, realçou o sucesso de “muitas reformas implementadas nos últimos anos”, ainda que o Governo reconheça que “há desafios” e “continua profundamente comprometido com as reformas estruturais”.

“Acolhemos algumas das recomendações que a OCDE inclui”, assinala Mourinho Félix.

O secretário de Estado destacou, entre as recomendações, a “manutenção de esforço gradual de consolidação orçamental”, a simplificação do sistema fiscal, “que assinala ser uma orientação que temos tomado e que tem que ser mantida” e a redução de créditos não produtivos na banca, que diz ser “uma prioridade”.

Mourinho Félix sublinhou que Portugal está hoje “mais forte face a choques externos, o que permite responder às incertezas globais” identificadas pela OCDE.

O secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, explicou durante a apresentação que apesar da “consolidação da economia portuguesa” ser um aspecto positivo, existem “muitas incertezas” relacionadas com factores externos, que podem afetar a economia portuguesa.

“Diversos choques externos potenciais ameaçam comprometer o crescimento de uma economia aberta como a portuguesa”, disse, Anegl Gurría, exemplificando com o abrandamento económico das economias emergentes, a possibilidade de um Brexit sem acordo, assim como as políticas protecionistas e tensões comerciais entre a China e os EUA.

No entanto, o secretário-geral considerou que as “reformas estruturais implementadas com sucesso por Portugal na última década contribuirão para a continuação da recuperação”.

“A economia está a evoluir na direção certa, mas ainda há muito a fazer para promover um crescimento mais sustentável”, disse. O secretário-geral da OCDE destacou ainda a trajetória das exportações portuguesas, que classificou como um desempenho “impressionante”, um factor que foi também realçado pelo ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira.

 

“Regista-se o crescimento notável das exportações – em 2008, as exportações eram equivalentes a 28% do PIB, e em 2018 a 44%; o forte crescimento do investimento em máquinas e equipamentos”, disse Siza Vieira.

O ministro considerou que o relatório da OCDE “dá-nos razão pata olharmos com satisfação para os progresso da Economia”. “Mais do que registar que o crescimento do PIB tem mais algumas décimas, é importante concluir que as bases de crescimento da economia são hoje mais robustas e saudáveis”, acrescentou.

“O Governo reconhece-se em muitos destes problemas [identificados no relatório], designadamente no que respeita à projeção da diminuição da população ativa, que pode ter um impacto negativo no potencial de crescimento a longo prazo da economia”, realçou Siza Vieira. “Este risco leva a identificar a necessidade de continuar a apostar na qualificação dos ativos, em particular juntos dos desempregados de longo prazo”.

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