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PSI-20 fecha em alta impulsionado pela subida de mais de 11% dos CTT

Ao contrário dos mercados de ações, os futuros de petróleo estão em derrocada. O Brent em Londres tomba -9,71% para 22,51 dólares. Ao passo que em Nova Iorque no NYMEX o petróleo transaciona nesta altua a cair -5,76% para 20,26 dólares o barril. Juros soberanos também agravam nos países do sul. Euro cai face ao dólar.
30 Março 2020, 18h02

O PSI-20 fechou com ganhos de +1,02% para 3.983,24 pontos em grande medida puxado pela subida das ações dos CTT, +11,21% para 2,28 euros.

“Os CTT destacaram-se nesta primeira sessão da semana, após terem anunciado uma forte procura pelos seus serviços, no seguimento do surto de Covid-19. A empresa lançou um conjunto alargado de descontos para particulares e empresas, com o objetivo de apoiar a sustentabilidade das empresas portuguesas e a segurança das pessoas no atual contexto de pandemia”, diz o analista dos mercados do BPI.

A EDP Renováveis subiu +3,37% para 10,42 euros e a Galp ganhou +2,42% para 9,98 euros. Destaque ainda para a subida de +1,2% da Altri. A Corticeira Amorim subiu +1,23% para 8,20 euros. Já a Navigator subiu 0,58%, depois de na sexta-feira ter anunciado que vai pagar um dividendo de 0,1394 euros por ação, cerca de metade do ano passado.

Por sua vez, a Semapa reduziu o seu dividendo dos 0,512 euros distribuídos no ano passado para os 0,125 euros.

No grupo dos títulos em queda, o destaque vai para a Ibersol que deslizou -4,84% para 4,91 euros. A Mota-Engil perdeu -1,29% para 1,073 euros, e a Sonae Capital que recuou -2,25% para 0,3910 euros. O BCP recuou -0,28% para 0,1052 euros.

A NOS fechou nos 3,024 euros (-0,33%), depois do Barclays fixado o preço-alvo nos 3,80 euros.

Na Europa o EuroStoxx50 fechou a subir para 2.765,62 pontos (+1,35%), o DAX também subiu (+1,9% para 9.815,97 pontos) e o CAC fechou nos 4.378,51 (+0,62%). Em Londres o FTSE avançou +0,97% para 5.563,7 pontos e o índice de Milão (FTSE MIB) valorizou +0,30% para 16.872,4 pontos.

Em contra-ciclo o IBEX 35 fechou a cair para 6.659,9 pontos (-1,74%).

“Os mercados europeus fecharam em alta (embora com magnitudes diferentes), numa altura em que os investidores continuam a monitorizar e a reagir aos dados que vão sendo conhecidos sobre a propagação do coronavírus”, diz o analista do BPI.

Aos ganhos do setor farmacêutico e químico opuseram-se as perdas registadas pelo setor bancário. Isto depois de o BCE ter recomendadi que os bancos não distribuam dividendos, pelo menos até outubro deste ano, abstendo-se igualmente de implementar programas de recompra de ações próprias. Esta recomendação pretende que os bancos estejam bem posicionados para enfrentar os efeitos económicos da epidemia.

Hoje, o banco italiano Unicredit já anunciou que irá suspender a compra de ações próprias, seguindo assim as pisadas do Mediobanca e dos bancos holandeses ING e ABN Amro. Já a UBS, contrariando a tendência no resto da Europa, anunciou que irá manter o dividendo proposto de 0,79 dólares. Por cá o BCP já anunciou a suspensão do dividendo e a CGD admitiu propôr a suspensão do dividendo, mas a decisão cabe ao acionista Estado que conta com os 300 milhões de euros da CGD no Orçamento de Estado para 2020.

Ao contrário dos mercados de ações, os futuros de petróleo estão em derrocada. O Brent em Londres tomba -9,71% para 22,51 dólares. Ao passo que em Nova Iorque no NYMEX o petróleo transaciona nesta altua a cair -5,76% para 20,26 dólares o barril.

Em termos macroeconómicos, o indicador de confiança revelou para a União Europeia uma queda dos 103,4 em fevereiro para os 94,5 em maço, a maior queda desde o início do cálculo deste índice em 1985. O euro está a recuar -1,12% para 1,1016 dólares.

Os juros soberanos na Alemanha caem -1,62 pontos base para -0,50% de yield. Os investidores parecem estar a refugiar-se na dívida alemã, já que a dívida portuguesa agrava 7,17 pontos para uma yield de +0,73%. Espanha também com os juros subirem +6,57 pontos base para +0,60% e Itália tem os juros a dispararem +15,2 pontos base para 1,48%. As medidas de ajuda económica ameaçam agravar o rácio de dívida publica sobre o PIB e os países mais endividados poderão sofrer descidas de rating e subida dos juros no mercado, a refletir o prémio de risco.

 

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