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PwC deu conhecimento ao Banco de Portugal do crédito em mora de Nuno Mota Pinto

Relatório da PwC deu conta da situação de crédito em mora durante meses em que incorreu Nuno Mota Pinto. Processo de avaliação da idoneidade ainda não está concluído.
  • Cristina Bernardo
21 Fevereiro 2018, 21h25

No parecer que a PwC enviou ao Banco de Portugal com a avaliação da nova administração da Caixa Económica Montepio Geral, foi dado conta da situação de morosidade de crédito em que chegou a encontrar-se Nuno Mota Pinto, proposto para presidente do banco da Associação Mutualista, soube o Jornal Económico junto de fonte ligada ao gestor.

No parecer foi justificado o incumprimento do crédito com razões familiares (por motivos de doença de um parente) numa altura em que Nuno Mota Pinto se encontrava nos Estados Unidos, em Washington. O caso arrastou-se quase cinco meses até à sua chegada a Portugal, altura em que regularizou o crédito, mas tal não o livrou de constar da lista de incumprimentos do supervisor bancário.

Nuno Mota Pinto pagou dívida de 80 mil euros, dias antes de integrar a lista do Montepio

O Expresso escreve na sua edição online, que a poucos dias antes de se saber que Nuno Mota Pinto era o nome escolhido para liderar a Caixa Económica Montepio Geral, o então diretor executivo do Banco Mundial regularizou uma situação de incumprimento de um crédito bancário.

O Público dizia na sua edição de hoje que o futuro gestor da Caixa Económica Montepio Geral tinha uma dívida de 80 mil euros em mora. O caso foi denunciado por carta enviada a Vítor Melícias por dois membros do Conselho Geral, Carlos Areal e Viriato Silva, que segundo fontes ligadas ao terceiro setor, eram da lista de Eugénio Rosa que rivalizou com Tomás Correia na corrida à liderança da Associação Mutualista.

Estes membros da Associação Mutualista não apoiam a lista de novos administradores do banco porque “não apoiam a nomeação de alguém que até dia 12 de dezembro de 2017 fazia parte da lista do Banco de Portugal de clientes com crédito em incumprimento”, lê-se no Público.

A Associação Mutualista anunciou a escolha de Nuno Mota Pinto para presidente executivo do Montepio Geral a 14 de dezembro de 2017.

Mota Pinto teria no antigo BES um crédito no valor de cerca de 80 mil euros que esteve em incumprimento, situação que levou o Novo Banco a colocar o seu nome na lista dos devedores do Banco de Portugal (BdP), diz por sua vez o Expresso.

O Jornal Económico confirmou essa informação.

O crédito vencido foi pago através da concessão de um novo crédito do Novo Banco, já sob a liderança de António Ramalho, diz o Expresso.

Os membros do Conselho da Mutualista questionam, numa carta enviada à comunicação social, que alguém que tenha estado sem pagar o crédito a um banco, pertença à comissão executiva de uma instituição bancária, que terá certamente de dar grande importância ao crédito em mora”.

Nuno Mota Pinto tal como a restante equipa que irá substituir a administração executiva liderada por Félix Morgado, ainda não tem concluído o processo de adequação e idoneidade do BdP.

“O processo de avaliação da adequação dos membros dos órgãos sociais da CEMG decorre atualmente de acordo com o disposto na lei, não tendo o Banco de Portugal proferido qualquer decisão”, afirmou o supervisor ao Expresso.

 

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