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Reações à derrota de Theresa May: Reino Unido “mais próximo de uma saída desordenada”

Juncker e Tusk deram o mote às reações à imensa derrota de Theresa May: o caminho é cada vez mais estreito e ninguém parece conseguir engendrar uma alternativa.
16 Janeiro 2019, 07h49

À esperada derrota da primeira-ministra britânica na Câmara dos Comuns seguiram-se as não menos esperadas reações dos dirigentes da União Europeia – que deixaram evidentes duas coisas: o Reino Unidos corre o sério risco de sair do agregado sem qualquer acordo; e nenhuma força política britânica (eurocéticos, trabalhistas ou conservadores revoltados) tem qualquer plano que sirva de alternativa ao acordo que May trouxe de Bruxelas em novembro.

Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia lamentou a rejeição do acordo e advertiu que “o risco de uma saída desordenada aumentou”, pelo que Bruxelas prosseguirá o seu plano de contingência.

“O risco de uma saída desordenada do Reino Unido aumentou com o voto de hoje [ontem] à noite. Embora não queiramos que tal suceda, a Comissão Europeia vai continuar o seu trabalho de contingência para ajudar a garantir que a UE está completamente preparada”.

Recordando que “o processo de ratificação do Acordo de Saída continua”, Juncker pediu ao Reino Unido “a clarificar as suas intenções tão brevemente quanto possível”. “O tempo está quase a esgotar-se”, concluiu.

Já o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk deixou uma questão dura: quem terá a “coragem de dizer qual é a única solução positiva”. “Se um acordo é impossível e ninguém quer um não-acordo, então quem terá finalmente a coragem de dizer qual é a única solução positiva?”, escreveu Tusk no Twitter.

Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, deixou entender que uma saída sem acordo é um cenário impossível. Seria “o pior cenário para a área euro, para a União Europeia mas acima de tudo para os cidadãos do Reino Unido”, afirmou, em declarações à RTP.

“A Europa permanecerá unida e determinada a chegar a um acordo”, disse por sua vez Michel Barnier, o principal negociador do Brexit do lado da União Europeia, citado pelo jornal ‘Le Monde’.

O primeiro-ministro seguiu uma linha de reação idêntica, que foi repetida um pouco por toda a Europa – pelo menos a que não é eurocética. “Lamento que não tenha sido possível aprovar o acordo que foi longamente negociado entre a União Europeia e o Governo britânico, porque era um bom acordo, já que correspondia às necessidades dos cidadãos britânicos na União Europeia e dos cidadãos da União residentes no Reino Unido. O acordo criava boas condições para uma transição para a saída do Reino Unido, que a União Europeia não deseja, mas que respeita, permitindo tempo para uma negociação calma e serena sobre a relação futura, que todos desejamos que seja o mais próxima possível”, declarou.

Costa disse ainda esperar agora que o Reino Unido, “rapidamente, informe a União Europeia do que pretende fazer nos próximos passos, porque há algo essencial a evitar: Uma saída descontrolada”.

O ‘Le Monde’ dizia ainda o chanceler austríaco Sebastian Kurz, advertiu que “não haverá renegociação do acordo”, apesar de ser um eurocético.

O Conselho Europeu deverá convocar para breve uma cimeira de chefes de Estado e de governo da União a 27 para discutir os passos a seguir após o chumbo de ontem.

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