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Relatório emite dúvidas em relação à qualidade alimentar no Reino Unido após Brexit

O governo de Boris Johnson, que viabilizou a saída da União Europeia, repetiu por diversas vezes que a proibição das carnes de frango e bovino tratadas com hormonas iria permanecer mesmo depois do Brexit entrar em vigor, mas os ministros recusaram-se a assinar uma lei de salvaguarda sobre os tipos e qualidade de alimentos importados.
  • Peter Nicholls/REUTERS
27 Novembro 2020, 10h33

Vários ministros do Reino Unido comprometeram-se em salvaguardar os padrões alimentares e agrícolas do país após o Brexit, mas um relatório da Future British Standards Coalition (FBSC) sustentou que a promessa não previne a importação de bens alimentares de baixa qualidade, algo que pode ser um desastre para os agricultores britânicos, revela o “The Guardian”.

O governo de Boris Johnson, que viabilizou a saída da União Europeia, repetiu por diversas vezes que a proibição das carnes de frango e bovino tratadas com hormonas iria permanecer mesmo depois do Brexit entrar em vigor, mas os ministros recusaram-se a assinar uma lei de salvaguarda sobre os tipos e qualidade de alimentos importados.

O relatório da FBSC sustentou que apesar desta proibição, as contas comerciais são fracamente geridas para garantir um escrutínio mais robusto à qualidade dos produtos que entram no país. Por enquanto, o governo, de forma a evitar uma segundo rebelião dos agricultores, concordou em fortalecer o escrutínio das futuras contas comerciais através da Comissão de Comércio e Agricultura, um órgão com poderes para submeter projetos de lei para os próximos três anos.

De acordo com o mesmo relatório, o FBSC aponta que os ministros continuam a ter demasiados poderes para alterar as regras e leis relativamente à importação dos géneros alimentares, sem necessitarem da validação do parlamento ou de escrutínio. O relatório indica ainda que os ministros já eliminaram algumas regras relativas ao uso de antibióticos nos produtos animais, sendo que as regras do uso de hormonas são fáceis de eliminar.

O FBSC adianta que a Comissão de Comércio e Agricultura, sob os programas atuais, não tem representantes com experiência em saúde pública, meio ambiente, bem-estar animal e proteção do consumidor. Ainda assim, a entidade mostrou-se satisfeita com a criação desta comissão, mas que esta precisa de mais poderes e de experiência, uma vez que podem ser importados produtos de fraca qualidade e geneticamente alterados.

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