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Rui Rio diz que Mário Centeno “não tem condições para continuar” no Governo

Líder social-democrata defende que o ministro das Finanças não pode continuar no Governo após não ter sido leal ao primeiro-ministro e “tendo a crítica pública do Presidente da República”.
  • Cristina Bernardo
13 Maio 2020, 19h11

O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu a demissão do ministro do Estado e das Finanças, escrevendo no Twitter que Mário Centeno “não tem condições para continuar” na sequência da injeção de 850 milhões de euros no Novo Banco que forçou o primeiro-ministro António Costa a pedir desculpas à coordenadora bloquista Catarina Martins depois de ter dito no debate quinzenal da quinta-feira passada que essa transferência não seria feita antes de serem conhecidos os resultados de uma auditoria à gestão do banco.

Para o líder social-democrata, “mal vai um primeiro-ministro que mantém um ministro que não lhe foi leal, que tem a crítica pública do Presidente da República, que a bancada do PS não defendeu e que diz ser irresponsável fazer o que o primeiro-ministro anunciou”.

Rui Rio referiu-se às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa nesta quarta-feira, durante uma visita à Autoeuropa, na qual disse que “é politicamente diferente estar a assumir responsabilidades dias antes das conclusões de uma auditoria, ou a auditoria ser concluída dias antes do Estado assumir responsabilidades”.

“O primeiro-ministro esteve muito bem no Parlamento quando disse que fazia sentido que o Estado cumprisse as suas responsabilidades, mas naturalmente se conhecesse previamente a conclusão da auditoria”, afirmou o Presidente da República, deixando implícito a avaliação negativa da atuação do responsável pela pasta das Finanças.

Presente na Assembleia da República de manhã, numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças destinada a discutir o Programa de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas, Centeno garantiu que a transferência dos 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução, permitindo fazer uma injeção de capital no Novo Banco destinada a compensar os prejuízos do exercício do ano passado, seguiu o processo contratual. E voltou a dizer que o montante estava previsto no Orçamento do Estado para 2020.

Confrontado com perguntas de deputados do PSD, Mário Centeno disse que a decisão de injetar mais 850 milhões de euros no Novo Banco “não foi feita à revelia do primeiro-ministro”. Depois de António Costa ter sido forçado a pedir desculpas por ter garantido que a transferência ainda não fora realizada, o ministro das Finanças admitiu “uma falha de comunicação”.

(em atualização)

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