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Rui Santos: “Há coisas que me irritam muito no futebol”

O jornalista desportivo foi o convidado do Jogo Económico desta semana e o JE foi descobrir o que é que o deixa em “estádio de choque” (nome de último livro que editou) e o que é que leva na ‘desportiva’.
  • Cristina Bernardo
17 Fevereiro 2019, 18h00

O jornalista desportivo, com uma longa carreira na área, foi o convidado da última edição do “Jogo Económico”. Antes de entrar para estúdio para debater com Luís Miguel Henrique e João Marcelino, Rui Santos respondeu a algumas questões com sobre o seu percurso, a viagem que nunca fez a um país louco por futebol e o que aprendeu no Colégio Militar.

Se tivesse um tempo extra, seria para quê?

Seria para fazer muitas das coisas que não consigo fazer. Por exemplo, viajar mais. Adorava ir à Argentina. Parece impossível, já que é um país do futebol, mas nunca se proporcionou. Também adorava ir à Austrália.

O que é que o Colégio Militar lhe ensinou para a profissão de jornalista?

Ensinou-me muita coisa, especialmente organização e método que acho que são duas coisas fundamentais na nossa vida. Desse ponto de vista, o Colégio Militar ensinou-me o que é disciplina, o que é método, o que é ordem. Isso, unido à minha visão liberal da vida, é muito útil na profissão de jornalista.

A quem dava um cartão vermelho direto?

Ao sistema de organização português de futebol. Acho que é a base de tudo e o sistema está subvertido, não funciona nem deixa funcionar. Vivemos numa zona de bloqueio muito difícil. Precisamos de perceber porque é que essa zona de bloqueio prevalece e depois é importante introduzir fatores de regulação. Acho que há aqui considerações do ordenamento jurídico, de mudança dos regulamentos. Precisamos de uma revolução profunda. Mas também é importante perceber que a UEFA e a FIFA deixam pouco. E, portanto, há um guardião de futebol internacional – no caso da Europa, pela UEFA, no caso mundial, pela FIFA – e as federações fazem aquilo que podem. Depois, outro problema é a intervenção do Estado que não suficientemente levada a sério – quer pelo próprio Estado, quer pelos clubes.

Precisamos de uma revolução profunda.

O que é que o deixa em Estádio de Choque?

A intolerância. A intolerância faz-me muita confusão.

O que é que leva na desportiva?

A vida. Acho que a vida deve ser levada na desportiva. Tenho um lado muito sério, há coisas que me irritam muito no futebol e isso tira-me um bocadinho do sério mas acho que é importante termos algum desportivismo e fairplay na vida.

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