A resignação parece ter atingido os trabalhadores do grupo Ricon – do setor têxtil e do vestuário – que segue amanhã de manhã para a liquidação da massa insolvente sem que os sindicatos do setor tenham decidido o agendamento qualquer tipo de manifestação pública pelo desaparecimento das unidades industriais que até agora deram que fazer a cerca de 580 colaboradores.
Segundo disse ao Jornal Económico uma fonte do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário, Confeção e Têxtil da Região Norte, os trabalhadores ainda têm alguma esperança que, até às 10h30 de amanhã, quando começar a primeira assembleia de credores, seja possível que surja alguma novidade que permita salvar alguns postos de trabalho.
Mas essa opção não parece estar dentro dos parâmetros do administrador da insolvência, Pedro Pidwell, que tem o negócio do grupo como findo – pouco tempo depois de a Ricon, liderada por Pedro Silva, ter tentado o recurso do PER para salvar o negócio. Mas isso não foi possível, dado que o grupo sueco Gant não se mostrou disponível – segundo avançaram alguns jornais durante o dia – para acompanhar qualquer tipo de intervenção que permitisse salvar o negócio.
As contas já estão feitas: os créditos reconhecidos ascendem aos 39,3 milhões de euros, com a banca a posicionar-se como o grupo credor mais forte: Santander, BPI, Novo banco e CGD agregam quase 20 milhões.
Para os sindicatos, vai repetir-se o ‘calvário’ do costume: a venda dos ativos raramente chega para pagar a totalidade dos créditos, pelos que os 580 trabalhadores vão engrossar os números do desemprego.
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