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Trabalhistas britânicos afastam coordenadora das campanhas após derrota nas eleições locais

Nem a reeleição de Sadiq Khan enquanto ‘mayor’ de Londres impediu que Keir Starmer demitisse Angela Rayner, embora a ala esquerda do partido, ligada a Jeremy Corbyn, aponte responsabilidades ao próprio líder partidário,
  • Neil Hall/EPA
9 Maio 2021, 12h40

O líder do Partido Trabalhista britânico, Keir Starmer, demitiu no sábado a coordenadora das campanhas eleitorais do partido, Angela Rayner, que, no entanto, irá manter o estatuto de número dois da força política. É a consequência dos maus resultados nas eleições de locais de quinta-feira, apesar da reeleição de Sadiq Khan enquanto mayor de Londres, superando a forte concorrência do candidato conservador Shaun Bailey.

Na sexta-feira, Starmer tinha anunciado que estava a preparar uma reestruturação da liderança do partido, à medida que foram sendo conhecidos os resultados, com a derrota dos trabalhistas em vários círculos eleitorais tradicionalmente de esquerda.

A ala esquerda do Partido Trabalhista criticou de imediato o afastamento de Rayner, que também deverá deixar de ser adjunta da liderança parlamentar, o que pode reabrir as feridas internas sofridas pelo partido durante anos.

O movimento popular Momentum, que apoiou o antigo líder trabalhista Jeremy Corbyn, disse que Rayner tem sido um “bode expiatório” e acusou Starmer de recuar na promessa de que assumiria a responsabilidade pelos resultados.

Na sexta-feira, Keir Starmer disse estar “profundamente desapontado com os resultados” das eleições de quinta-feira e assumiu “plena responsabilidade”.

O resultado mais significativo aconteceu na eleição intercalar em Hartlepool, no norte de Inglaterra, onde a nova deputada conservadora Jill Mortimer obteve 15.529 votos, quase o dobro dos conseguidos pelo deputado trabalhista Paul Williams (8.589). Esse círculo eleitoral estava nas mãos do Partido Trabalhista desde 1964.

No total, o Partido Trabalhista perdeu 109 assentos e o Partido Conservador ganhou 114, numa altura em que os boletins continuam a ser contados.

Ao todo, foram a votos cerca de 4.650 representantes em 143 municípios em Inglaterra, 13 mayors (presidentes de câmara) eleitos diretamente, 39 comissários de polícia e 25 deputados da Assembleia Municipal de Londres.

Realizaram-se também eleições para escolher os 129 deputados da Assembleia da Escócia e 60 deputados da Assembleia do País de Gales, cujo resultado ditará os respetivos governos autónomos.

Na Escócia o Partido Nacional Escocês, da primeira-ministra Nicola Sturgeon, ganhou mais um mandato, passando de 63 para 64 deputados, ficando à beira da maioria absoluta. Mas essa meta está garantida pelos independentistas, apostados num novo referendo sobre o tema, pois os Verdes têm agora oito deputados (mais dois), enquanto do outro lado da barricada o Partido Conservador manteve 31 assentos, o Partido Trabalhista baixou para 22 (menos dois) e os Liberais-Democratas desceram para quatro (menos um).

No País de Gales houve alguns motivos de satisfação para os trabalhistas, que passaram de 29 para 30 deputados, tendo agora precisamente metade do parlamento. Atrás vieram os conservadores, que passaram de 11 para 16 deputados (conquistando alguns dos sete círculos que elegeram há cinco anos deputados do UKIP), enquanto os nacionalistas galeses do Plaid Cymru ficaram mais um lugar, passando a 13, e os liberais-democratas mantiveram o seu único deputado.

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