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“Veículos elétricos representaram 16,5% das encomendas no final de 2020”

A mobilidade elétrica acelera e para a locadora LeasePlan os veículos elétricos representaram 16,5% das encomendas no último trimestre do ano passado a nível global.
4 Abril 2021, 19h13

O que significa as alterações fiscais inscritas no OE 2021 para híbridos plug-in com autonomia inferior a 50%, e o que significa para os híbridos não plug-in, pois existe alguma dificuldade em medir a autonomia da bateria?
O Orçamento de Estado de 2021 (OE 2021) apresenta restrições quanto aos veículos híbridos e híbridos plug-in que têm acesso a taxas de tributação autónoma reduzida, bem como a descontos no pagamento do Imposto Sobre Veículos (ISV). Relativamente à tributação autónoma, a partir de 2021 todos os veículos híbridos plug-in com autonomias elétricas inferiores a 50 km e emissões de CO2 iguais ou superiores a 50g/km não terão acesso à redução de 50% na referida taxa, passando desta forma a ter um custo significativamente superior em sede de IRC. Quanto aos veículos híbridos, não existem alterações no que às tributações autónomas diz respeito, uma vez que já antes eram considerados da mesma forma que os veículos a combustão.

No que se refere ao ISV, o ano de 2021 veio terminar com os descontos sobre os veículos híbridos (uma vez que nenhum deles respeita os níveis mínimos de autonomia agora estabelecidos) e limitar o seu acesso aos veículos híbridos plug-in, que só passam a beneficiar dos descontos de 25% se respeitarem as duas regras, cumulativamente: emissões de CO2 inferiores a 50g/km e autonomia em modo exclusivamente elétrico igual ou superior a 50km.

Contudo, a grande dificuldade do momento é sem dúvida a identificação dos veículos que estão incluídos nesta nova redação da lei, uma vez que tanto autonomias como emissões de CO2 são afetadas pelos opcionais escolhidos por cada cliente na aquisição do seu veículo. No momento da seleção do veículo, o comprador necessita saber qual a autonomia em modo elétrico, para conseguir determinar a que escalão de tributação autónoma o veículo pertencerá bem como o valor do ISV a pagar. Este processo de apuramento da autonomia tem-se revelado um desafio para o qual as marcas não estavam preparadas.

 

A mobilidade continua a ser a primeira preocupação das gestoras de frotas. O que se espera do mercado para 2021, tendo em conta a queda nas vendas da ordem dos 40% e alterações fiscais que penalizam motorizações eletrificadas de reduzida autonomia?
O renting é um produto que, pela sua natureza flexível, vê os seus benefícios ganharem relevância em momentos de incerteza acrescida como o que vivemos. Por exemplo, permite, a qualquer momento, alterar a duração do contrato às circunstâncias, tanto para reduzir a sua duração como para prolongar. No caso da LeasePlan, atendendo ao contexto atual, como alternativa à renovação por um novo contrato, é possível prolongar a duração do contrato em vigor, adiando a decisão da renovação para um momento mais conveniente. Complementarmente, é esperado o desenvolvimento de novos produtos para quem procura por soluções de curto prazo, como fizemos com o Renting de Usados (prazos entre 12 e 24 meses) e o FlexiPlan (prazos entre 1 e 24 meses), o que confere às empresas a possibilidade de acederem a soluções de mobilidade em conformidade com a duração e flexibilidade que precisam.

No que diz respeito às alterações fiscais é esperada uma natural seleção de veículos que cumpram os critérios para serem elegíveis para benefícios fiscais, ou seja, veículos com emissões de CO2 inferiores a 50g/km e autonomia em modo exclusivamente elétrico igual ou superior a 50km.

 

O que significa estas alterações fiscais quando se quer calcular um TCO e gerir uma frota para um médio prazo?
O maior problema é a incerteza do contexto fiscal no futuro de curto/médio prazo quando os impostos sobre a utilização são elevados, como é o caso da tributação autónoma que incide sobre todos os custos do automóvel, desde renda financeira, ao combustível, no caso de automóveis de passageiros. Note-se que, por enquanto, os veículos elétricos e plug-in são benéficos do ponto de vista de custo total de utilização (TCO), devido aos benefícios fiscais, e as empresas tomam decisões tendo isso em consideração. Mudar as regras a meio do jogo é agravar custos para as empresas, o que é particularmente grave num contexto como o que vivemos. Imagine quem comprou um híbrido plug-in há um ano incentivado pela política fiscal e, agora, sem apelo nem agravo, caso não cumpra os novos requisitos, terá um custo incrementado em cerca de 19% ao fim de 4 anos de utilização. Existem estados membros da União Europeia que têm a justa política de garantir que os impostos sobre os automóveis se mantenham durante algum tempo, precisamente para dar a segurança necessária à tomada de decisão. Esta jurisprudência gera um sentimento de insegurança que é contrário aos objetivos da nobre e urgente agenda ambiental.

 

A tendência parece ser a eletrificação total. Como estão os clientes a reagir a essa imposição de alteração comportamental?
Em linha com as tendências internacionais, e de acordo com o “Mobility Insights Report” que a LeasePlan lançou recentemente, os veículos elétricos estão em destaque no panorama nacional sendo Portugal o quinto país da Europa que mais compra este tipo de automóveis. Desta forma, observa-se a crescente adesão ao mercado de automóveis elétricos através da sua popularização e crescente interesse pelos benefícios por parte da população, estando as empresas a liderar o movimento. Podemos adiantar, que no último trimestre de 2020, os veículos elétricos representaram 16.5% das novas encomendas feitas a nível global pelo grupo LeasePlan.

O maior obstáculo atual é a infraestrutura de carregamento público que não tem acompanhado a procura e que acaba por condicionar o crescimento. Consciente deste constrangimento e da necessidade de o combater, a LeasePlan, juntamente com o parceiro de carregamento inteligente PowerD, lançou o “ChargeUpNow”, uma iniciativa global que apela aos responsáveis políticos locais e nacionais para implementarem recomendações políticas específicas para assegurar uma infraestrutura de carregamento universal, acessível e sustentável.

 

Perante a continuação de uma economia recessiva, o que estão os clientes empresas e os clientes particulares a fazer em termos de novos contratos ou renovação dos existentes?
Uma solução que temos vindo a sugerir e que garante a mobilidade dos nossos clientes, será proceder à extensão dos contratos durante este período. Contudo, e como já referi em resposta anterior, o próprio renting permite uma flexibilidade que facilita a gestão de cada momento da vida de empresas e particulares.

Como está o mercado e as gestoras a preparar o futuro tecnológico com os veículos de bateria sólida em detrimento dos iões de lítio, e os veículos com pilha de hidrogénio?
A questão ambiental é um forte motivador para as empresas transitarem para os veículos elétricos e as soluções de frotas sustentáveis estão a ganhar cada vez mais importância. Com uma maior consciencialização de como as frotas das empresas podem contribuir para uma importante redução das emissões, temos vindo a desenvolver uma abordagem diferente da gestão de frotas no que diz respeito à sustentabilidade. Na LeasePlan encorajamos as empresas a encontrar o equilíbrio certo para as suas frotas e a introduzir opções mais responsáveis para chegarem às zero emissões.

Nesta medida, será um processo progressivo. O papel da LeasePlan é sempre o de acompanhar de perto as tendências do mercado, garantir que oferecemos as melhores soluções aos clientes e que fazemos em paralelo um trabalho de consultoria e acompanhamento, que garanta que à medida que estas alterações surgirem, conseguimos identificar as soluções mais indicadas para o tipo de utilização do cliente.

 

Como estão as gestoras a preparar o futuro com a Inteligência Artificial a melhorar o nível de condução autónoma? Os clientes estão recetivos?
A tecnologia está a mudar o conceito de condução. Na LeasePlan incentivamos a adoção de todos os sistemas que melhorem a segurança e comodidade dos condutores, como é o caso das tecnologias ADAS (Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor), um sistema de apoio à condução, que disponibiliza informações do ambiente ao redor do condutor, e estamos a utilizá-la para ajudar a aumentar a eficiência, melhorar a segurança e comodidade dos condutores e criar novos serviços e ferramentas que permitam gerir a frota à distância de um clique.

 

Como serão as frotas em termos de contrato, de duração, de preço e de exigência a nível de sustentabilidade ambiental num futuro pós-pandemia e onde a recuperação económica é o “drive” nuclear?
Nos últimos anos a LeasePlan tem vindo a desenvolver produtos flexíveis, sendo que devido à pandemia renovámos alguns destes produtos que já tínhamos no mercado para melhor se adaptarem às necessidades do atual contexto de pandemia. Numa perspetiva de recuperação económica é importante, para as empresas e particulares, poderem optar por soluções mais flexíveis de curto e médio prazo, como o Renting de Usados, ou o FlexiPlan, uma solução de renting para reforçar a frota das empresas só enquanto é preciso – sem estar preso a compromissos de longo prazo.

Por outro lado, e de acordo com as conclusões do nosso mais recente “Mobility Insights Report”, a pandemia trouxe aos portugueses uma maior consciência de sustentabilidade, nomeadamente ambiental, e por isso estão cada vez mais empenhados na mudança para a mobilidade elétrica, o que nos deixa muito satisfeitos e confirma que temos feito a oposta certa ao facilitarmos aos nossos clientes o acesso aos veículos elétricos.

A LeasePlan está em perfeita sintonia com aquela que é a opinião dos portugueses e continuará no seu papel pedagógico e facilitador rumo à transição do motor de combustão interna para propulsões alternativas, visando as zero emissões até 2030.

Por último, a aceleração da tendência do Car-as-a-Service – com as pessoas a preferirem a subscrição em detrimento da compra transformarão o negócio e o mercado – um movimento acelerou bastante junto dos particulares e das PME. Este movimento é também acelerado pela incerteza da evolução tecnológica dos automóveis o que faz os consumidores optarem por soluções sem qualquer risco como é o caso do renting. Há, portanto, uma enorme oportunidade de crescimento.

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