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Vende-se casa de campo na Sardenha por 1 euro. Como uma cidade italiana quer evitar tornar-se ‘fantasma’

A cidade, situada na Sardenha, está envelhecida de gente e de pedras. Aliciar novos habitantes que não deixem morrer as tradições é a alternativa ao desaparecimento.
14 Fevereiro 2018, 19h18

Ollolai, um destino na região montanhosa de Barbagia, na ilha mediterrânea da Sardenha, está a vender centenas de casas abandonadas por apenas um euro, na tentativa de conseguir atrair novos habitantes que estejam interessados em recuperar o edificado – parte dele em muito mau estado.

Não é a primeira cidade italiana a tentar o truque, mas parece ser a primeira a cumprir a promessa. De qualquer modo, os interessados não poderão pura e simplesmente manter tudo como está. Quem adquirir casa nestas condições, terá de se comprometer a, no prazo de três anos, recuperar a casa que adquiriu.

Mas a recuperação não é a única coisa que preocupa os cidadãos da cidade. Por trás deste euro por casa está a intenção de rejuvenescer uma comunidade envelhecida, a viver num local que corre o risco de se tornar uma cidade fantasma. No último meio século, a população de Ollolai diminuiu de 2.250 para 1.300 pessoas, com poucos nascidos a cada ano.

“Temos origens pré-históricas”, disse Efisio Arbau, autarca de Ollolai, citado pela CNN. A minha cruzada é resgatar as nossas tradições únicas de caírem no esquecimento. O orgulho no passado é a nossa força. Sempre fomos pessoas difíceis e não permitiremos que a nossa cidade morra”.

Ollolai, que chegou a ser a capital de Barbagia, continua a ser um dos pedaços mais intocados e autênticos da Sardenha: o seu labirinto de becos e os socalcos cobertos de vestígios antigos não será único, mas é um exemplo de uma ocupação que vai desaparecendo e que os habitantes não querem perder.

Alguns modos de vida tradicional também sobrevivem. Os pastores locais continuam a fazer o requintado queijo de ovelha premium, o Casu Fiore Sardo, e os artesãos ainda tecem cestas finas com materiais tradicionais.

Ainda não há notícia de quantos candidatos já se mostraram interessados em comprar as casas a um euro, mas esta é seguramente uma forma diferente e aliciante de conseguir uma casa de campo num local único da Europa.

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