A quinta geração móvel é cada vez mais tema atual, no entanto, o CEO da Altice, Alexandre Fonseca, tem dúvidas sobre a real necessidade hoje-em-dia do 5G. O responsável pela multinacional afirma que esta tecnologia “não nos traz, em relação ao 4G, mais velocidade, nem mais largura de banda”, e diz mesmo que não acredita que nos próximos dois ou três anos haja uma necessidade imediata do 5G.
“Acredito que em 2022 ou 2023 vamos começar a ter as primeiras utilizações reais comerciais do 5G, quando começarem a existir casos de uso que o justifiquem”, refere.
Alexandre Fonseca afirma que em Portugal a largura de banda oferecida por todos os operadores é maior do que qualquer utilizador consegue consumir, “é mais de o dobro, e portanto não temos problemas de capacidade em Portugal”.
O desafio que vê em Portugal é nas áreas altamente populosas por turistas em termos de sazonalidade, já que os turistas chegam a estas regiões e vêm povoar as redes. Contudo, “o 5G não resolve nada disto”, salienta o responsável pela multinacional.
O CEO da Altice explica que o que o 5G traz de novo é uma menor latência, o tempo que uma comunicação demora a sair de um dispositivo, chegar à rede e voltar ao dispositivo, algo que se utiliza, por exemplo, nos carros sem condutor. “É a diferença entre o carro parar cinco ou 6 metros depois de um sinal vermelho ou antes do semáforo”, revela Alexandre Fonseca.
A segunda componente nova com a adoção do 5G é a densidade, ou seja, o número de dispositivos ligados por metro quadrado vai poder ser maior. O responsável pela operadora de telecomunicações explica que “há estudos que preveem que em 2023 podemos ter no mundo 20 mil milhões de coisas ligadas à Internet, nomeadamente frigorífico e máquinas de lavar, ou seja, três vezes mais coisas ligadas à internet do que pessoas no mundo inteiro”, e as redes atuais não permitem tantas coisas ligadas a uma antena.
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