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Deputado do Chega nos Açores diz que nada está fechado e exige respeito pelo partido

O deputado do Chega nos Açores disse hoje que “nada está fechado” quanto ao Orçamento para 2022, dependendo de negociações em curso, incluindo para um novo acordo parlamentar, e de o partido ser tratado “com respeito”, regional e nacionalmente.
  • MIGUEL A. LOPES/LUSA
19 Novembro 2021, 12h26

“Estamos em crer que as negociações que ainda decorrem [com o presidente do Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM] podem resultar em compromissos sérios. Mas, para que tal aconteça, exigimos que comecem a tratar o Chega com o respeito que merece. E refiro-me às relações tanto nos Açores como a nível nacional. Ou entendem que somos um partido confiável ou não contem connosco”, afirmou José Pacheco, em conferência de imprensa em Ponta Delgada.

Dizendo ter o apoio do líder nacional do Chega, Pacheco afirmou que o acordo de incidência parlamentar com os partidos de coligação “vai ser rasgado”, “não foi bem feito” e vai ser revisto, recusando, contudo, precisar do aval do representante da República.

“O acordo vai ser rasgado. O acordo acaba de ser rasgado. O acordo não está bem feito. Tenho tido esta conversa com o presidente do Governo Regional. Ele abriu o diálogo e algumas pessoas do governo que têm trabalhado comigo em alguns aspetos”, observou.

Quanto à necessidade de esse acordo ter o aval do representante da República, o deputado único do Chega alertou que os Açores são uma região autónoma.

“O representante da República, neste caso, não tem papel nenhum. Sou um autonomista convicto e não admito que o representante da República ponha o bedelho num acordo entre dois partidos. Mandamos-lhe um email com o [novo] acordo”, afirmou.

A Direção Nacional do Chega pediu na quarta-feira à estrutura partidária açoriana para retirar o apoio ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), tendo José Pacheco dito então que ainda estava em “negociações” com o executivo e que é sua a “última palavra”.

A Assembleia Legislativa é composta por 57 eleitos e a coligação de direita – que representa 26 deputados – precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta.

Como a coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD com a Iniciativa Liberal, era esperada a viabilização do Orçamento Regional 2022 por estes partidos, bem como pelo deputado independente (que manteve o apoio ao executivo quando saiu do Chega).

Porém, a IL tem ameaçado votar contra, referindo agora que continua “a lutar” nas negociações, e o deputado independente, Carlos Furtado, afirmou que o entendimento parlamentar pós-eleições “já morreu”, pelo que “ou as pessoas mudam ou mais vale ir para eleições”.

O parlamento conta ainda com mais 28 deputados: 25 deputados do PS, que já anunciou o voto contra, dois do BE, que admitiu votar contra, e um do PAN. Neste último caso, o deputado único, que se absteve sobre o Programa de Governo e o Orçamento Regional 2021, aguarda apenas a validação da comissão política local para votar contra o Orçamento 2022, discutido na próxima semana.

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