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INSA admite que pico de infeções chegue “mais tarde do que esperado”. Isolados a 30 de janeiro vão ultrapassar projeções (com áudio)

Baltazar Nunes, epidemiologista do INSA admite ao JE que “é provável que o pico de casos seja atingido mais tarde do que o esperado” e que isso afete consequentemente o número de doentes em isolamento no dia das eleições legislativas, 30 de janeiro. O instituto avisa que nunca o vírus da Covid-19 circulou com tanta intensidade. No entanto, a gravidade mantém-se abaixo do observado no inverno de 2021.
24 Janeiro 2022, 08h10

A menos de uma semana das eleições legislativas, Portugal registou este domingo mais 34.280 doentes com Covid-19 a cumprir o período de isolamento profilático recomendado pela Direção-Geral de Saúde (DGS). Feitas as contas, segundo o boletim epidemiológico divulgado, estão atualmente 489.789 doentes a cumprir esta quarentena cujo a norma foi atualizada no início do ano e que baixou de dez para sete dias.

O número deverá, no entanto, aumentar nos próximos dias uma vez que especialistas e as autoridades de saúde consideram que o pico das infeções por Covid-19 (que devia ter sido atingido na semana passada) ainda está por acontecer.

Na verdade, e de acordo com Baltazar Nunes, epidemiologista do Instituto Nacional de Saúde Dr Ricardo Jorge (INSA), em resposta ao Jornal Económico, relativamente aos indivíduos em isolamento ou quarentena, foi colocada “como hipótese na semana passada que, a verificarem-se os cenários traçados, a 30 de janeiro já deveríamos estar em fase descendente da incidência” mas tal não se verifica.

O relatório mais recente da DGS somou mais 45.569 casos confirmados, (uma ligeira redução quando comparado com a véspera, embora isso se justifique pelo encerramento de laboratórios aos domingos) fazendo deste o quarto domingo em que os números continuaram a aumentar. Já a semana passada, foi marcada por sucessivos recordes, estando o novo máximo de casos situado na casa dos 58 mil.

“Por esta altura, podemos dizer que é provável que o pico de casos seja atingido mais tarde do que o esperado e, por consequência, a percentagem de isolados a 30 de janeiro seja superior aos valores que projetámos”, revela o especialista do INSA ao JE.  Inicialmente, os epidemiologistas do instituto previam que entre 3 a 7% da população estivesse em isolamento a tempo das eleições legislativas, ou seja, 310 mil e 720 mil pessoas. “Números mais concretos serão difíceis de antecipar antes da próxima semana”, acrescenta.

Face a este número, o Governo anunciou na semana passada que o conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu um parecer favorável sobre o voto dos eleitores em isolamento profiláctico nas eleições legislativas de 30 de janeiro que lhes permite assim sair do local em isolamento para exercer o seu direito de voto, se possível, entre as 18h e as 19h e cumprir as regras básicas anti-Covid. A solução, adiantou o “Público“, serve para evitar a abstenção involuntária de “centenas de milhares” de eleitores que poderia resultar de um voto antecipado no domicílio.

Entre outras medidas para os eleitores em confinamento, a DGS recomenda que que não usem transportes públicos para irem votar e que se desloquem a pé ou em transporte individual, que respeitem os circuitos definidos e identificados nos edifícios e que usem apenas máscaras cirúrgicas ou FP2. Esta última aplica-se também aos eleitores que não estejam a cumprir quarentena.

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