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Almeida Henriques: o autarca que colocou Viseu no mapa da economia

Sucedeu a um dos mais emblemáticos autarcas do país, Fernando Ruas, mas a sua marca pessoal depressa se impôs: a aposta nas empresas e no ensino superior foram as suas impressões digitais. PSD diz-se “consternado”.
  • Cristina Bernardo
4 Abril 2021, 09h36

Nascido em maio de 1961, António Joaquim Almeida Henriques presidia à câmara da cidade de Viseu desde 2013, depois de ter sido deputado na Assembleia da República entre 2002 e 2011 e secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional entre 2011 e 2013 (no primeiro governo de Pedro Passos Coelho).

Na presidência da câmara da cidade onde nasceu, Almeida Henriques sucedeu a Fernando Ruas, um dos ‘dinossauros’ do partido e presidente da cidade desde 1990. Almeida Henriques tomou posse como presidente da Câmara em 22 de outubro de 2013 e desde logo mostrou que queria imprimir um novo ritmo à cidade. Assumindo que Viseu tinha condições para passar a ser uma região chamativa e já não ‘exportadora’ de população, Almeida Henriques quis que a cidade ficasse marcada, por um lado, pela aposta na universidade e, por outro, nas empresas.

As medidas que foi tomando ao longo dos anos foram no sentido de chamar novas empresas para a cidade – num ‘instinto’ modernizador que de algum modo lançou a cidade e a região para uma posição cada vez mais importante no centro do país.

Desde cedo estes dois vetores foram evidentes na sua postura enquanto presidente da câmara, o que colocou Almeida Henriques numa posição confortável para, nas eleições autárquicas de 2017, ser reeleito para o cargo.

Ligado desde sempre à área da economia, destacou-se, antes de chegar à câmara, na gestão dos fundos comunitários do QREN, tendo promovido a sua reprogramação e criado o regime de revitalização de empresas. Pediu a demissão do governo central para se candidatar à presidência do município, tendo sido eleito com mais de 47% dos votos – para chegar, nas últimas eleições de outubro de 2017, aos 52%.

Na Assembleia da República, foi vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, com a coordenação da área económica, tendo também exercido as funções de vice-presidente da Comissão de Assuntos Económicos e de vice-presidente da Delegação da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa).

Almeida Henriques teve ainda várias funções no mundo associativo, nomeadamente como vice-presidente da CIP – Confederação da Indústria Portuguesa, presidente do CEC/CCIC – Conselho Empresarial do Centro/Câmara de Comércio e Indústria e presidente da AIRV – Associação Industrial da Região de Viseu.

Manteve uma participação muito ativa nas atividades empresariais de diversas instituições culturais, sociais e científicas da cidade e região de Viseu.

Era ainda comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola, Industrial e Comercial, por atribuição do Presidente da República Jorge Sampaio em 2006. Militante social-democrata desde a década de 1980, Almeida Henriques era ainda vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), presidente da secção de ‘Smart Cities’ (Cidades Inteligentes) da ANMP e presidente do Conselho Geral da Fundação para os Estudos e Formação nas Autarquias Locais (FEFAL).

O autarca de Viseu encontrava-se internado desde 7 de março, depois de ter testado positivo à Covid-19 três dias antes. Mas o agravamento do seu estado clínico obrigou à entubação e ventilação mecânica, situação que se manteve até à sua morte, explicou o município.

Entretanto, o presidente do PSD, Rui Rio, e a sua direção manifestaram já “grande consternação” e “sentido pesar” pela morte de Almeida Henriques. “Num ano particularmente difícil para todos os portugueses, é com profundo pesar que os sociais-democratas veem partir Almeida Henriques, um autarca dedicado. A direção do PSD, na figura do seu presidente, expressa a toda a família o seu mais sentido pesar nesta hora”, lê-se em nota publicada na página oficial da Internet do PSD.

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