O número de mutações da Ómicron poderá fornecer pistas sobre como a variante se desenvolveu, segundo uma análise da variante da Covid-19 citada pela “Bloomberg”.
A coexistência de mutações do chamado gene ‘S’, que normalmente inibiria a capacidade do vírus de se disseminar sugere que as mudanças estão a funcionar de forma a tornar a variante mais eficaz na propagação, de acordo com as conclusões de um grupo de cientistas liderado pelo professor Darren Martin do Instituto de Doenças Infeciosas e Medicina Molecular da Universidade da Cidade do Cabo.
“Embora individualmente as mutações possam diminuir a aptidão de qualquer genoma, coletivamente podem compensar os défices umas das outras de forma a produzir um genótipo do vírus mais apto”, concluíram os cientistas.
Assim, os investigadores acreditam que a variante poderá ter surgido numa área onde a vigilância genómica é baixa ou as pessoas têm pouco acesso aos cuidados de saúde. Alternativamente, a Ómicron pode ter-se desenvolvido numa pessoa imunossuprimida, que teria abrigado o vírus por um longo período, permitindo a sua mutação.
Existe ainda uma terceira hipótese, a de que o vírus poderá ter surgido na população animal, sofrido a mutação e, em seguida, reinfectado humanos.
A Organização Mundial da Saúde e especialistas em saúde por todo o mundo já tinham alertado que a falta de acesso às vacinas em África e a incapacidade de algumas nações em administrá-las poderiam levar ao surgimento de mutações da Covid-19.
Apenas 7% da população mundial, ou seja, 1,2 mil milhões de pessoas está totalmente vacinada, em comparação com cerca de 69% no Reino Unido. A República Democrática do Congo, uma nação de 100 milhões de pessoas, imunizou apenas 0,1% da sua população.
Em Portugal 87,9% da população está vacinada e até ao momento foram detetados 34 casos da variante Ómicron.
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