O primeiro ministro, António Costa, chamou o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Fernando Faria de Oliveira, para o sensibilizar da necessidade de ser a banca a fazer o empréstimo ao Fundo de Resolução em 2021 para injetar no Novo Banco por conta das perdas de 2020.
A notícia é avançada pelo jornal “Expresso”, este sábado, dia 26 de setembro, que dá conta de uma reunião entre o primeiro-ministro e o presidente da APB em agosto.
António Costa está preocupado com a falta de margem política para inscrever no Orçamento do Estado para 2021 a verba que o Fundo de Resolução terá de injetar no capital no Novo Banco e quer evitar que o problema do Novo Banco, por falta de capitalização, se alastre ao sistema financeiro nacional.
A esquerda política, nomeadamente o Bloco de Esquerda, já avisou o Executivo de que não aceita que o Estado inscreva uma transferência de dinheiro público para o Novo Banco, via Fundo de Resolução, que, a acontecer, inviabilizará a aprovação do próximo Orçamento do Estado por parte dos bloquistas.
O Estado assinou um acordo com o Fundo de Resolução, assinado aquando da venda do Novo Banco à Lone Star, nos termos do qual se comprometeu a emprestar, todos os anos, até 850 milhões de euros.
O valor das perdas registadas no Novo Banco em 2020 só serão conhecidas no final deste ano. Nas contas do primeiro semestre, a instituição liderada por António Ramalho, revelou que, até junho de 2020, a necessidade da chamada de capital somava 176 milhões de euros.
Independentemente de o Estado emprestar ou não dinheiro ao Fundo de Resolução, a totalidade do capital injetado pelo Fundo de Resolução no Novo Banco para 2021 contará para o défice porque se trata de uma entidade pública.
Esta semana, António Ramalho, CEO do Novo Banco, disse à “Bloomberg” que pretende vender carteiras de crédito malparado no valor de 1,2 mil milhões de euros até ao final do ano. Destes créditos, 75% são cobertos pelo mecanismo de capital contingente.
No entanto, o Fundo de Resolução quer adiar a venda destas carteiras de crédito por considerar que este não é o momento oportuno no mercado, segundo o “Observador”.
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