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Argentina: Mauricio Macri perde primeiro debate com Alberto Fernández

O atual presidente parte em desvantagem para as eleições de 27 de outubro e o candidato peronista não quis manter qualquer trégua. Economia e a liberalização do aborto foram os temas mais polémicos.
15 Outubro 2019, 07h36

O debate era a seis – o número de candidatos ao lugar de presidente da Argentina, mas as crónicas apenas passaram para a posteridade a prestação do atual presidente, Mauricio Macri, e do seu mais obvio adversário, o peronista Alberto Fernéndez, a quem quase unanimemente é atribuída a vitória no final do embate.

Os analistas foram apanhados desprevenidos: ao contrário do que seria de esperar, Fernández este ao ataque a Macri desde o primeiro minuto, e não se poupou a encostar o atual presidente ‘às cordas’. Sem contemplações, Fernández desfez os liberalismos que têm sido acrescentados à economia do país pela mão de Macri e, indo ainda mais longe, expôs o atual presidente à difícil questão da legalização do aborto.

E se no primeiro tema Fernández não se furtou a chamar Macri de “mentiroso”, já no que tem a ver com a legalização do aborto, não conseguiu que o presidente se pronunciasse – apesar de se ter confessado a favor da legalização.

Com o formato previamente acordado pelas equipas de cada candidato, surpresas e erros eram quase impossíveis de suceder, o que levou os comentadores a afirmar que não houve ali um debate real, mas apenas uma encenação que patrocinou breves monólogos previamente memorizados e classificados por assunto.

O primeiro de dois debates da campanha para as eleições de 27 de outubro confirmou os principais argumentos dos dois grandes rivais. Macri pediu um novo mandato para concluir “a mudança” que, disse, está em curso mesmo que ainda se note pouco na capacidade de consumo da população. E falou na recuperação que o país levou a cabo após o colapso económico de 2001 e 2002, que na sua ótica a ele se fica a dever. E, claro, não se esqueceu de referir o governo de Cristina Kirchner, apoiante de Fernández, envolvida numa enorme cadeia de suspeições de corrupção.

Fernández não se deixou intimidar, e zurziu contra as políticas económicas do país, que quase 20 anos depois da crise ainda não foram suficientes para acalmar os credores internacionais e o FMI.

Roberto Lavagna, ministro da Economia e um peronismo reformista; Nicolás del Caño, da Frente de Esquerda; José Luis Espert, um liberal ‘a americana’; e o ex-militar Juan José Gómez Centurión, uma espécie de Bolsonaro argentino, apoiante das ditaduras – são os quatro restantes candidatos.

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